Vindas sabe-se lá de onde, ou sugeridas vá lá saber-se por quem, todos os dias surgem novas e mirabolantes ideias. Gosto, em especial, de duas. A primeira é a já desmentida intenção de portajar, para além das anunciadas ainda no tempo do anterior governo, mais uma quantidade de estradas. Requisito bastante seria, ao que foi noticiado, ter pelo menos duas faixas em cada sentido. Seria, porque afinal, já não vai ser. Talvez, quiçá, se fiquem pelas portagens citadinas para evitar o aglomerado de viaturas nos centros da cidade. Ou, se calhar, nem isso. É que estes ministros geniais, que até chateiam de tão geniais que são, começam a fazer lembrar o tempo do Guterrismo em que qualquer medida, nomeadamente as difíceis, era posta a circular sob a forma de boato para aquilatar as reacções que suscitava, até que, se houvesse muita reclamação, alguém do aparelho se apressava a esclarecer que tal coisa nunca estivera nas cogitações do governo.
A outra ideia absolutamente fabulástica e que me entusiasma a um nível que até a mim surpreende, tem a ver a diferenciação em função do rendimento que se pretende introduzir no acesso aos mais diversos serviços do Estado. Ou seja, quem nada declara em sede de irs é pobre e terá acesso mais barato aos serviços de saúde, transportes, e fornecimento de electricidade e gás. Se alguma critica posso fazer é apenas relativa à pouca ousadia desta tão parva quanto improvável medida. Comunicações, nomeadamente televisão, internet e telemóvel, deviam também estar incluídas no pacote de apoio aos fiscalmente mais pobres. Ou, fazendo verdadeira justiça social, toda a espécie de bens, desde a alimentação aos combustíveis e do vestuário ao calçado, podiam igualmente ter preços menores, devidamente subsidiados pelo Estado claro está, para todos os que são pobres na altura de apresentar a declaração de rendimentos.
Como para pagar todo esse desvario e ao mesmo tempo diminuir o desequilíbrio da escrita será necessário muito dinheiro, suspeito que novas ideias andarão já a fervilhar nas geniais cabeças dos não menos geniais ministros. Colocar um contador na boca e outro no rabo dos que pagam tudo é coisa para lhes ocorrer. Paga-se o ar que se respira – isso de andar por aí a respirar sem pagar nada tem de acabar – e o ar que se expele. Nada de mais se pensarmos no princípio do utilizador pagador ou do poluidor pagador.
Subscrevo e de facto voltámos ao Guterrismo...lançam a bisca, vêem a reacção da ou na opinião pública e mediante esta ou avançam ou não.
ResponderEliminarJá agora acrescento outra que já circula...a caducidade dos pneus do automóvel a partir de 2012!
Olha...Tá bem visto! Tudo o que tem a ver com o automóvel pode é uma fonte inesgotável de receita para o Estado e de despesa para o automobilista.
ResponderEliminarEntão meu amigo está atento e quando souberes de algo faz um post. Eu que não tenho ninguém que faça nada por mim e pelo meu calhordas, já consultei o mecânico cuja oficina é mesmo aqui por baixo e um familiar que tem uma oficina de pneus e afins, no norte e ambos já me deram "pistas"...os fabricados em 2012que virão com "algo", mas ainda está tudo muito confuso.
ResponderEliminarSei e todos devíamos saber que a caducidade dos ditos é de 5 anos (e que milhares andam a circular com eles quase carecas, estando na origem de 80% dos acidentes), quer pela quilometragem, calor, etc. e tal...mas se ponho uns novos em 2011 , verifico que o registo do fabrico no pneu é de 2008 e como é?
Que mais irão inventar, possa pá!
Coisas como "utilizador-pagador", "quem menos tem - paga menos", abonos para pobreza, subsídios periféricos, caridade de porta de igreja... vão para o raio que os parta! Se somos uma sociedade, enquanto tal, apenas é preciso um pouco mais de justiça na distribuição da riqueza! O resto é merda de sacristia, de liberalismo à la capitalista, de areia para os olhos de quem agradece a sopa!
ResponderEliminarUm abraço com o bom texto que mes deste