terça-feira, 23 de agosto de 2011

Censos 2011


Os resultados dos Censos 2011 baralham-me. E nem sou daqueles que prestam especial atenção aos pormenores ou que se dedicam a analisar cada dado comparando-o com resultados obtidos anteriormente por outras operações do género. Neste aspecto não serei o único. Os números já foram divulgados há algum tempo e, por mais estranho que possa parecer, não se assiste a qualquer debate, seja a nível local ou nacional, acerca daquilo que foi apurado. Um ou outro artigo de opinião, quase sempre a lamentar a perda de população do interior, e o assunto morre por aí. Lamentavelmente.
Como refiro no inicio, os valores apurados relativamente ao concelho de Estremoz deixam-me aturdido. Se no que diz respeito à quebra do número de residentes a surpresa não é por aí além, o mesmo já não se pode dizer quanto a outros números. O de edifícios, por exemplo. Esclareça-se que, segundo o Instituto Nacional de Estatística, o conceito de edifício é o seguinte: “Construção permanente, dotada de acesso independente, coberta e limitada por paredes exteriores ou paredes-meias que vão das fundações à cobertura e destinada à utilização humana ou a outros fins.”
De acordo com os dados divulgados no site do INE, o aumento do número de edifícios no concelho de Estremoz cifrou-se em – pasme-se - vinte e sete! Se olharmos os mapas que acompanham este texto verifica-se que a situação é especialmente preocupante na Freguesia de Santo André onde, entre novas construções e eventuais demolições, desaparecem cento e quarenta e nove edifícios. Se a diminuição de habitantes é justificável pelos mais diversos factores, quase todos identificados, para a redução de edifícios será necessário procurar outras causas. A começar por algumas dificuldades que possam ter existido na recolha de informação. Porque, pelo menos que me lembre, não ocorreu na última década qualquer fenómeno capaz de fazer desmoronar tanto edifício.
Estes números são ainda mais surpreendentes porque nos concelhos vizinhos a sua evolução foi completamente diferente. Borba e Vila Viçosa cresceram 401, Alandroal 489 e Sousel 124. Ou seja, em média, 13 vezes mais do que Estremoz. Tem, portanto, que existir aqui qualquer coisa mal explicada. E não, nem vale a pena argumentar que a culpa é do arquitecto Bouça!

5 comentários:

  1. Será que foi algum bairro social que foi retirado e realojados noutro? OU é de pessoal que foi trabalhar para fora?

    Se não...é de facto estranho, porque o CENSOS 2011 foi obrigatório com direito a multa, e portugueses no estrangeiro "em serviço ou não" tiveram que preencher, não cá, mas lá...via embaixada julgo eu, ao contrário do de 2001 - e é neste que deve estar o erro, talvez tivessem feito mal o cálculo - o pessoal deveria mandar pelo correio pois tinha o envelope e tudo...e 80% foi parar ao lixo (só mostrou o civismo).

    Já o consultei há imenso tempo e o crescimento no Concelho de Sintra foi dantesco.

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  2. Fatyly

    Por cá, felizmente, não temos bairros sociais. Quem quer casa trata de a comprar ou, se não tiver dinheiro para tal, de alugar.

    Quanto à freguesia em questão é, basicamente, o centro da cidade e a parte mais antiga da mesma. É por isso normal que não cresça em número de edifícios e que possa, até, diminuir em virtude de um ou outro cair ou ser demolido. Mas tantos seria coisa para dar nas vistas num espaço tão pequeno...Cá para mim alguém não percebeu bem o conceito de "edifício". Mas isso sou eu a especular.

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  3. Obrigado pela tua explicação e pelo que dizes ou de facto não "perceberam o conceito de "edificio" ou o Censos 2001 estava errado...só pode:)

    Aqui não existem bairros sociais, há vários mas noutras freguesias do Concelho de Sintra que é enorme:)

    Um abraço

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  4. DEUS OU SEJA LÁ QUEM FOR O MANTENHA (BOUÇA) MUITO LONGE DAQUI.
    MAS EXISTEM CÁ MAIS BOUÇAS.s

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  5. Em Março, a menina entregou os impressos do inquérito e disse: "Daqui uma semana passo por cá para o receber".

    ... já vamos em Agosto... esteve sempre gente em casa... e ainda lá tenho os impressos...

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