Acho
piada à tese, maioritariamente aceite como boa, que defende a incidência do
imposto natalício, para além de outros ganhos, também sobre os juros de
depósitos a prazo. Para a esquerda de uma maneira geral e para grande parte dos
opinadores com direito a voz nas televisões, essa abrangência seria da mais
inteira justiça, ao contrário de, como pretende o governo, taxar apenas os
rendimentos do trabalho.
Considero,
como escrevi noutras ocasiões, que este imposto produzirá efeitos nefastos na
economia. Não vejo por isso que abranger outros rendimentos lhe
acrescente qualquer tipo de justiça. Deixemos-nos de fingimentos e hipocrisias.
Provavelmente muitos dos que vão ser abrangidos pelo corte no subsídio de Natal
possuem acções e, seguramente, a larga maioria são titulares de depósitos bancários.
Taxar estes rendimentos seria penalizar quem já vê parte significativa do seu
trabalho ir direitinha para os cofres do Estado e cobrar, ainda mais, aos
mesmos.
Nem
vale a pena espernear muito em busca de argumentos contrários ao que acabo de
escrever. Nem, sequer, armar em anjinho de pau carunchoso e acreditar que é apenas
uma minoria que detém produtos financeiros. De acordo com
os dados do boletim estatístico do Banco de Portugal, hoje divulgados, o total
de depósitos aplicados por particulares atingiu os 122.249 milhões de euros em
Maio, mais 1,386 mil milhões de euros face a Abril. Por detrás destes números
estão, forçosamente, pessoas. Que trabalharam, pouparam e investiram. Entre os
quais se encontram muitos reformados, que têm nos juros obtidos um complemento
para as suas reformas. Mas, apesar disso, há quem considere uma injustiça não
lhes sacar umas massas. Opiniões.
Reitero a minha convicção que, feito o apuramento
final, o resultado do impacto deste imposto na economia e, por consequência,
nas contas do Estado a médio e longo prazo será trágico, e tudo o que seja
alargar a tributação servirá apenas para aumentar a dimensão dessa tragédia. Mas
isso não é preocupante. Os dos costume continuarão a pagar os desvarios dos
inimputáveis do regime.
Isso é que seria bonito... recebi esta semana os "dividendos" de um depósito a prazo de 3 meses: 750 euros renderam a fortuna de 3.38€! Se o Estado quiser ficar eles, força!! Se com esses 3.38€ conseguirem pagar o buraco que criaram, é porque são génios!
ResponderEliminarVejam lá se se lembraram de sugerir a cobrança de impostos sobre os dividendos que a banca saca com os juros exorbitantes que cobra nos empréstimos que faz, com o dinheiro de quem investe em depósitos a prazo??!!
Não posso concordar contigo desta vez!
ResponderEliminarUm abraço.
Por diversas razões não posso estar de acordo que não importa numerar.
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