Sempre
considerei que é preciso um enorme descaramento e uma colossal falta de vergonha – assim mesmo, sem nenhum conjunto de palavras pelo meio que possa dar
azo a interpretação diversa – para pedir, que é como quem diz exigir, um subsídio
a uma instituição pública para realizar uma festa, fazer uma jantarada ou
promover um qualquer evento semelhante. Na actual situação em que
vivemos vou ainda mais longe. Continuar a exigir – quase encostar os autarcas à
parede, não é mera figura de retórica – apoios para os mais variados disparates
que dirigentes associativos idealizam, constitui um acto lesivo do interesse de
todos os portugueses e que me enoja profundamente. A existência de dinheiro
público a financiar cantorias e cambalhotas, bejecas, camarão ou frango assado é,
principalmente numa altura como a actual, um verdadeiro escândalo que devia
envergonhar a todos os que, em alguma parte do processo, tem uma palavra a
dizer.
Quando
se solicitam estes apoios, são evocados motivos aparentemente muito nobres que
justificam a sua concessão. Desde o interesse público até coisas realmente
imaginativas, como a promoção e a divulgação do concelho em causa. Seja lá o que for que isso queira dizer.
Presumo que terá sido nesse contexto que os “Amigos da Festa Brava”, certamente
uma associação de reconhecido interesse público e que eventualmente promoverá o
concelho onde está sediada, ganharam quase oito mil e duzentos euros de subsídio
atribuído pela Câmara lá da terra. No entanto, nessa mesma terra, muitas famílias
deixaram de receber abono de família, pagam bastante mais irs e vão ver parte
do seu subsídio de Natal ser absorvido pelo imposto natalício. É a crise. De
valores.
É a crise das... prioridades!!!
ResponderEliminaré de ficar em brasa, para não dizer fúria! Aqui o Presidente queixa-se e festarolas de verão...é o que se quer!!!
ResponderEliminar