Desde
o final da década de oitenta - princípio dos anos noventa do século passado, vá
- até há dois ou três anos atrás, era raríssimo ver ciganos nómadas por estas
paragens. Agora, carroças repletas desta gente, são uma presença constante nas
estradas do distrito de Évora. Não sei a que se deve tão estranho fenómeno mas,
de verdade, não me agrada. Nem é por serem feios, porcos e, possivelmente,
maus. Nada disso. O meu desagrado tem mais a ver com as memórias de um tempo em
estas caravanas eram constituídas por muitas mais carroças e integravam largas
dezenas ou centenas de pessoas que, à sua passagem, iam roubando o que podiam.
Quase sempre a pessoas que pouco mais tinham do que eles, diga-se.
É
a memória desse tempo, que parece prestes a regressar, que me causa um certo
calafrio e me provoca, perante este cenário, um sentimento de déjà vu. Espero
estar enganado e este não constitua mais um sinal de que estamos em claro
processo de regressão social. Admitamos, antes, que esta malta aprecia a
natureza, possui um indomável espírito de liberdade e que prefere levar a vida
a passear. Admitamos. Até porque por estas bandas nem há areia onde possamos
esconder a cabeça.
É bem verdade que andamos a passar de cavalo para burro!!!
ResponderEliminar:... e eu que gosto tanto dos burros!
Tens toda a razão e não é nada fácil. Por aqui são outro tipo de pessoas que "varrem o que podem" em carros de alta cilindrada...que cambada!!!
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