Mudar
de vida nem sempre é fácil. Principalmente quando essa mudança é
para pior. A isso chama-se por cá passar de cavalo para burro e,
naturalmente, constitui uma alteração pela qual ninguém gosta de
passar. Infelizmente vivemos um dos momentos mais difíceis das
ultimas décadas e, queiramos ou não, estamos a ser obrigados a
mudar radicalmente os nossos hábitos. Por mais que não concordemos.
O pior que podemos fazer é assobiar para o lado, continuar a
proceder como até aqui e manter o estado de negação da realidade a
que temos vindo a assistir nos últimos meses.
Poucos
são, pelo menos a julgar por noticias que se vão lendo ou ouvindo,
os que parecem ter consciência desta realidade. Veja-se o caso de um
grupo de cristãos, de uma localidade do interior do país, que não
esteve com mais aquelas e vá de pedir um subsidio, no valor de
trezentos euros, à autarquia lá do sitio, para a realização de um
passeio cultural e de recreio dos mais directos colaboradores da
comunidade cristã ao monumento do Cristo Rei, em Almada. Subsidio
que, naturalmente, foi concedido.
Não
está em causa o valor, quase insignificante, do apoio concedido. O
que me espanta é a distinta lata de um grupo de pessoas que resolve
ir passear e pedir para isso financiamento público. Não está
igualmente em questão a legitimidade da atribuição do referido
subsidio. O exemplo que é transmitido, por quem pede e por quem dá,
é que me parece absolutamente deplorável. Se, em lugar de trezentos
euros, fossem trinta mil que se destinassem a apoiar em termos de
saúde, alimentação ou para suprir outras carências de quem
realmente necessita, seria uma iniciativa louvável que revelaria a
preocupação de todos os envolvidos com as necessidades dos seus
semelhantes. Assim dá quase a impressão de que, uns e outros,
parecem ter manifesta dificuldade em perceber que o dinheiro público
não pode servir para satisfazer prazeres pessoais. Por mais pequenos
que sejam.
Pois... há muitas formas de se ir ao "pote"!!!
ResponderEliminarMas esta foi para "salvar a alma"... visitando o Sinhôre!!!
Subscrevo o que dizes e seguindo o pensamento do mfc...aqui vão fazer mais uma igreja e já andam nos peditórios e quanto é que a Junta ou Câmara irá dar? Mais uma igreja quando há pessoal a viver bem mal?
ResponderEliminarPois é assim que o pote do Vaticano teve neste trimestre 9,8 milhões de lucro!
Sempre o mesmo. A religiao ou a fé, sei lá, têm um preço. E se o homezito negasse o subsidio? Vá de retro!!!!
ResponderEliminarClaro que de uma forma ironica lhe dou toda a razao. Infelizmente continuamos a cultivar a politica do subsidio e da subserviencia, com dinheiros alheios. A tacanhez de quem propôs e de quem acolheu a proposta é por demais evidente e deveria ter consequencias.