Num prospecto hoje distribuído à porta do meu local de
trabalho, onde se apela à mobilização para a próxima greve geral, consta, entre
outras, uma proposta “não só exequível como absolutamente indispensável” com
contornos assaz curiosos. Propõem os autores do manifesto “a aposta no
investimento produtivo e no investimento público”. Ora, a menos que esteja a
ver mal a coisa, é precisamente por aqui reside o problema. Como se depreende
da construção da frase assume-se desde logo que o investimento público não é
produtivo. E, de facto, não tem sido. Estádios onde ninguém joga à bola, auto
estradas onde não passam automóveis, estradas que vão de nenhures a sítio
nenhum e escolas novas onde não existem crianças, podem constar de um extenso
rol de investimentos públicos, manifestamente improdutivos, que contribuíram
decisivamente para o estado a que chegámos.
Existirão motivos de sobra para apelar à greve. Entre os
quais se incluirão a exigência na aposta em investimento produtivo, seja ele
público ou privado. Ou, também, para exigir a responsabilização daqueles que,
nesta matéria, insistiram em tomar opções que, como saltava à vista de qualquer
iletrado, acabaram por se confirmar ruinosas. E, já agora, porque não igualmente
daqueles que, de uma ou de outra forma, andam por aí a exigir, para além de
investimento produtivo, também investimento público?!
Subscrevo inteiramente e a juntar a isso a enorme roubalheira versus corrupção, quer no público, quer no privado.
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