O
empobrecimento dos portugueses constitui o desígnio nacional, proposto pelo
governo e aplaudido por uma ampla e quase consensual panóplia de paineleiros
espalhados pelos canais televisivos de notícias e principais jornais.
Secundados, diga-se, por um vastíssimo sector da opinião pública que, vá lá
saber-se porquê, acredita que escapará incólume ao retrocesso civilizacional em
curso e que serão apenas os outros, designadamente os funcionários públicos, a
ficarem mais pobres.
É
neste contexto que surge a ideia de reduzir o número de feriados. Quatro ao que
parece. O que, quanto a mim, é manifestamente pouco. Insignificante, quase. Ao
que se sabe datas como o natal, a pascoa, o dia de Portugal ou de cada um dos
trezentos e oito concelhos, continuarão a ser assinaladas como um dia de
descanso. Mal. Continuar a celebrar oficialmente feriados religiosos constitui
um insulto às crenças dos cidadãos de outras religiões que vivem entre nós e,
no tocante aos outros, nomeadamente aos feriados municipais, acabam por não ser
celebrados pelos munícipes que trabalham em concelho diferente daquele onde
residem.
Apesar
de tímida e pecar por escassa, gosto desta intenção. Mais. É até com imensa
satisfação que aplaudo esta ideia. Principalmente porque me vai permitir
auferir anualmente mais dezassete euros - livres de impostos - e me permitirá
poupar uns trocos que, às vezes mesmo sem querer, se gastam nos dias de lazer.
Não querem acabar com mais? Vá lá. O aumento da despesa pública com o subsídio
de refeição anda apenas à volta dos três milhões de euros por feriado. Peanuts.
Realmente há feriados a mais e irrita-me imenso o poderio da Igreja ao impôr a sua regra: abdicar do mesmo número que for imposto pelo governo.
ResponderEliminarSubscrevo...como se tudo isto mudasse algo para melhor!
Para além dos 4 previstos... podiam acabar com mais dois que não fazem HOJE nenhum sentido e que seriam o 25 de abril e o 1 de maio!!!!
ResponderEliminarUm grande abraço.
O empobrecimento nacional é a ideia mais pobre (passe a redundância) que se lançou no país em décadas.
ResponderEliminarÉ tão ridícula que nem merece comentários.
E pensar que é trabalhando mais uns dias que se resolve o problema é ainda mais triste. Quando é que esta gente percebe que trabalhar mais não é trabalhar melhor?
e o pessoal que trabalha nos centros comerciais, hipermercados ou supermercados como eu? são menos 2 dias pagos a triplicar. no meu caso vou perder 40€ por feriado.
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