domingo, 13 de novembro de 2011

Almofadas

Muito se tem falado e escrito ultimamente acerca de almofadas. Das que há, segundo uns, e das que não há, segundo outros. Por mim acho estranhíssimo que na elaboração de um orçamento possa haver lugar a adereços deste género. Daí que tenha ficado basbaque com as declarações produzidas por governantes e opositores - em principio gente que sabe daquilo que está a falar - ou pelos paineleiros de serviço que, na sua maioria, alinham pela posição do governo e afiançam não haver na proposta do executivo qualquer margem de manobra.

O certo é que, relativamente à proposta inicial, o bando laranja cedeu ao lóbi dos autarcas e recuou na sua intenção de reduzir em metade a capacidade de endividamento das autarquias e na proibição de contratar ainda mais funcionários. Significa esta cedência a possibilidade da divida autárquica, no seu conjunto, poder aumentar no próximo ano em, pelo menos, mais oitocentos e trinta milhões de euros. Eu, que não sou de intrigas, não vou especular acerca da maneira como este diferencial se vai aconchegar na cama do deficit. Acho, no entanto, de uma desonestidade intelectual inqualificável nem um único filho da puta, daqueles que passam a vida a saltitar de televisão em televisão, suscitar esta questão. Preferem marrar em quem trabalha.

3 comentários:

  1. As autarquias são o sustentáculo do poder central. Há que dar um rebuçado à malta para a coisa não amargar onde menos convêm.

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  2. Pois é verdade, embora reconheça que existam autarquias e autarquias...

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  3. Os paineleiros ou afinam pelo diapasão... ou deixam de ter o subsídiozinho!!!

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