Acho pouco
provável que, ao contrário do que tem vindo a ser sugerido, esteja a ser preparado
um plano de contingência tendo em vista o controlo pelas forças policiais de
eventuais distúrbios, motins, barricadas e outro desacatos que possam estar
para ocorrer no país. As reservas que manifesto perante essa possibilidade têm
tanto a ver com a pouca propensão dos portugueses para fazerem manifestações
violentas, tipo as que ocorrem frequentemente na Grécia, como com a fraquíssima
capacidade das forças da ordem nacionais imporem a sua autoridade onde quer que
seja. A menos que o perigoso prevaricador se disfarce de automobilista.
Sendo por demais
conhecida a impossibilidade da policia entrar em determinados locais, sabendo-se
da impunidade de que goza qualquer meliante – independentemente da cor do
colarinho – e dos amplos direitos que assistem a todos os criminosos, quase dá
vontade de rir que, de uma forma quase velada, venham tentar intimidar aqueles
que tencionam ir para a rua protestar.
Mas, se a
coisa for para levar a sério e o governo, com medo que lhes cheguem a roupa ao pelo,
se esteja mesmo a preparar para eventuais convulsões sociais, não há que ter
receio. Em lugar de tumultos, confrontos e tudo o que envolva pancadaria,
opte-se pelo boicote. A tudo. Para além de ser muito mais seguro, não requerer
grande esforço e poder ser praticado por todos é, garantidamente, bastante mais
eficaz. Basta puxar um pouco pela imaginação e cada um de nós encontrará com
facilidade meia-dúzia de alvos a boicotar. E nem estou a pensar em bombas. O
meu pensamento dirige-se para coisas mais simples e bem menos violentas como,
por exemplo, a economia paralela ou transferir dinheiro para um banco suíço. Ou, na pior das hipóteses, para o paypal.
Os distúrbios e convulsões sociais é um oportunismo para quem nunca fez a ponta de um corno, dar vazão ao roubo e respectivo apropriamento do que é dos outros ou resolver richas antigas entre vizinhos...e hoje em dia pode-se fazer tanta coisa sem que o justo pague pelo pecador!
ResponderEliminarGostei do que li:)
A economia paralela é uma óptima sugestão!
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