segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Alguém que diga, CORTA!

O relevo que a comunicação social, nomeadamente a televisão, está a atribuir à morte de um tal Carlos Castro é manifestamente exagerado. Todas as mortes são de lamentar, mais ainda quando se trata de um crime, mas o destaque que o assunto está a merecer é despropositado, principalmente quando não há nada de relevante a acrescentar ao que foi noticiado no primeiro momento. A criatura em causa não terá feito nada de importância na vida que tenha contribuído para o bem comum e, portanto, todo este espalhafato em redor do seu falecimento é algo para que não se encontra explicação lógica. 
Por estes dias faleceu também Vitor Alves. Um militar de Abril. Alguém que, goste-se ou não do que isso representa - e eu até nem gosto por aí além – é uma figura incomparavelmente mais importante para o país e que teve um percurso de vida que poderá ser apontado como exemplo. Não mereceu, ainda assim, nem um cagagésimo do tempo de antena dedicado ao outro morto. Provavelmente, no caso do militar, a comunicação social terá procedido de forma correcta ao cingir-se a noticiar óbito. O erro estará na forma ridícula e desproporcionada com está a acompanhar a morte do larila. A menos que o interesse da notícia provenha dos contornos macabros que terão rodeado o crime e o que daí possa interessar a alguns que também têm peças que não lhes servem para nada.

3 comentários:

  1. 100% de acordo com o texto de Kruzes Kanhoto.
    "Qualquer coisa está podre no Reino de Portugal..."
    É uma frase cada vez mais actual do poema que não resisto a transcrever parcialmente:
    «Qualquer coisa está podre no Reino da Dinamarca.
    Se os novos partem e ficam só os velhos
    e se do sangue as mãos trazem a marca
    se os fantasmas regressam e há homens de joelhos
    qualquer coisa está podre no Reino da Dinamarca.»

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  2. Subscrevo inteiramente.

    Li a noticia aqui no SAPO e apenas num telejornal e não vi mais nada. à bocado li aqui como foi a actuação policial, como se processa os trâmites judiciais (algo que sempre gostei) e fico a pensar: pena é que não tenhamos uma justiça célere como a de muitos Estados Norte Americanos.

    Quanto ao militar de Abril, não me recordo nada dele e acreditas que nunca ouvi falar? Hei-de pesquisar o seu percurso de vida!

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  3. Isto só termina quando aparecer na abertura do telejornal os tomates cortados do senhor, até lá...

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