quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Promessas

A Justiça é demasiado lenta. Esta afirmação não constitui qualquer espécie de novidade - toda a gente sabe isso – mas mesmo assim desagrada-me. Aborrece-me, vá. 
Faz agora um ano que um leitor deste blogue, que por acaso não conheço de lado nenhum nem me recordo de ter visto mais gordo, prometeu dar-me a honra de ser por ele processado judicialmente. Não sei se o dito leitor – pelo teor dos comentários que então me deixou será um verdadeiro poço de virtudes e que reunirá em si qualidades tão raras como a honestidade, integridade, o amor ao próximo e mais umas quantas que me escuso de referir para não maçar os meus estimados leitores – cumpriu ou não a sua amável promessa. Claro que tal honraria não me era destinada em exclusivo. O cavalheiro – sim, o senhor será um verdadeiro cavalheiro – terá como hábito prometer que processa pessoas. Por tudo e por nada, a julgar pela facilidade e pelo desembaraço com que o faz, a magnânima criatura distribuirá promessas de encontros em tribunal. 
Há, no entanto, dois problemas. A Justiça é lenta. Um ano depois não me notificou nem, ao que sei, há noticias de ter feito o mesmo a outros a quem o distinto cidadão – que, reitero, nem desconfio quem seja – terá feito igual promessa. O segundo problema é que é cara. Demasiado cara. Mais cara do que a água que corre nos canos, que a renda que alguns especuladores cobram por um lúgubre casebre e quase tanto como os impostos que às vezes esquecemos de pagar.

1 comentário:

  1. Como sempre só julgo ouvindo/lendo ambas as partes e nunca faço juizos de valores ou julgamentos em praça pública pela cabeça dos outros.
    Como não sei do que se trata...fico-me por aqui:)

    ResponderEliminar