sábado, 23 de outubro de 2010

Poupar não rima com autarca

As autarquias locais, em especial os municípios, sempre viveram à margem de qualquer austeridade orçamental, nunca se preocuparam em racionalizar custos e para os autarcas o esbanjamento à tripa forra do dinheiro dos contribuintes em inutilidades, daquelas que até chateiam de tão inúteis que são, é algo de tão natural como o ar que respiram. 
Apesar do apertão generalizado de que já estamos a ser vitimas e da tragédia social que, lá para Fevereiro, começaremos a sentir, escasseiam noticias que nos dêem conta de uma mudança de atitude por parte dos autarcas relativamente ao que tem sido a sua conduta pouco responsável em matéria financeira ao longo dos últimos trinta anos. E um bom exemplo seria começar por não despender nem um cêntimo em almoços, jantares ou ceias de Natal para idosos ou funcionários nem, tão pouco, em iluminações alusivas à data. 
Nem se pense que tal medida seria impopular. Pelo contrário. Existe já um grupo no Facebook onde se apela ao corte neste tipo de despesas, onde se inclui um modelo de carta a enviar ao Presidente de Câmara respectivo a solicitar que não sejam colocadas iluminações e que o dinheiro seja antes canalizado para apoio aos mais necessitados. Também nos blogues e sites de orgãos de comunicação social onde estes assuntos são abordados, a posição dominante é claramente contra a realização destas iniciativas que, é sublinhado com insistência, mais não são na maioria das circunstâncias que exibicionismo bacoco dos seus promotores. 
De resto, quando todos vamos ficar com menos rendimento, seja através da redução de vencimento, do aumento dos impostos e contribuições ou porque nos retiram apoios sociais como o abono de família e outros, é altura de começarmos a exigir a quem, nacional ou localmente, gere o nosso dinheiro que tenha muito cuidado e rigor na forma como o gasta. É que, para além de ser pouco, dói vê-lo ir-se embora pelo cano abaixo ou esvair-se em fumo, sem que daí nada resulte de positivo para o futuro da terra de cada um.

2 comentários:

  1. Apesar de gostar muito do Natal, sobretudo da noite de 24 para 25 nunca liguei nada às iluminações de rua e a guerra aparvalhada da "maior árvore de Natal". Prefiro ver apenas e tão só a decoração das montras e o espanto da garotada.

    Aqui todos os comerciantes contribuiam para a despesa, ou seja, queres ter a rua engalanada tens iluminação. Há dois anos e porque tudo fechou excepto dois cafés e um restaurante, estes disseram Não e não tivémos. O ano passado e porque surgiu muito mais comércio, todos contribuiram e lá tivémos as iluminações o "abrigo ideal e quantinho para os pardais e outros passarinhos". Não sei se é assim em todas as freguesias, mas subscrevo inteiramente tudo o que dizes porque a meu ver é de facto "milhões que vão por cano abaixo" e há que investir esse dinheiro em coisas mais necessárias.

    Bom domingo

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  2. Não esquecer que o povo gosta da iluminação de Natal e dá votos...
    Não vejo a maioria dos autarcas cortar essa despesa.
    Compadre Alentejano

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