sexta-feira, 9 de abril de 2010

Soltem os prisioneiros!


Tem sido noticiada ao longo do dia a entrada em vigor  do novo código de execução de penas na sequência do qual passará a ser possível a qualquer meliante que se encontre detido passar a sair em liberdade após cumprir um quarto da pena a que foi condenado. Apesar de alguém do governo - ou do PS, não sei ao certo mas também não faz grande diferença – já ter vindo a público garantir que afinal não será bem assim, a verdade é que a medida está a deixar muita gente indignada. O que, como adiante se verá, é manifestamente exagerado. 
Argumentam os detractores deste governo, para quem tudo está mal e cada medida é pior que a última, que com a entrada em vigor do novo código um homicida condenado a vinte anos de cadeia deixará o xelindró ao fim de cinco. Ora esta é uma forma absolutamente redutora de ver o problema. Só não vê quem não quer – e os bota abaixistas não querem ver - que o dito assassino passará uma longa meia década na choça antes de poder vir de novo para a rua continuar a assassinar. O que é muito tempo, concordarão. 
Há também quem sustente que esta medida, aprovada no parlamento apenas com os votos favoráveis deste Partido Socialista, foi tomada à cautela. Uma espécie de medida de prevenção. Com tantos processos por aí a correr – correr é uma forma de expressão porque a maioria está tão imóvel como o Cardozo – e com novos escândalos a surgirem diariamente, que não são poucos os que consideram isto obra de  uma certa malta a prevenir-se contra algum juiz mais descontrolado que tenha a improvável ideia de mandar prender alguém. 
Por mim não concordo com esta última teoria. Inclino-me mais para a tese que esta será uma nova causa fracturante deste PS. Quase tão crucial para o desenvolvimento do país como o casamento dos rabetas ou a limitação do teor de sal no pão.

5 comentários:

  1. Quando li a lei tive que rir e digo-te que quando a ouvi pensei, mas é isto o jornalismo que temos?

    "(...)aprovada no parlamento apenas com os votos favoráveis deste Partido Socialista, foi tomada à cautela.(...)" não tendo a maioria seria aprovada? Ainda há muitas coisa por resolver, decidir e até ser aprovada não me doa a cabeça.

    A lei diz que concede ao prisioneiro "liberdade condicionada" para trabalhar fora e tem que voltar ao estabelecimento prisional, que é bem diferente, cabendo ao director da prisão saber "quem poderá usufruir desse beneficio" o que é inconstitucional porque o director de uma cadeia não é juiz, depois como controlar as saidas e entradas? quem serão os visados?...resumindo... lei feita no joelho por um artolas qualquer, semi aprovada e "à cautela" e que significado tem "cautela"?

    Faz-me lembrar uma turma de diabinhos que mandam plasticina à parede a ver se cola.

    Um abraço

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  2. Considero esta medida, aprovada pelo unicamente pelo Partido Socrático, como uma medida de prevenção, tal como se diz no post.
    As falcatruas, as manigâncias, as corrupções, são tantas, que estes boys e girls, já estão a amenizar o seu futuro...
    Compadre Alentejano

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  3. De qualquer maneira acho uma certa piada ver um tipo que rouba uma motorizada apanhar 7 anos de cadeia, e políticos que estão envolvidos em negociatas de milhares de milhões de euros serem medalhados pelo Presidente da República em funções.

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  4. Engraçado, esta aprovação de só se cumprir 1/4 da pena...
    O crime vai aumentar e de que maneira!
    Os políticos que governam o nosso país já se estão a "precaver" para um futuro próximo.
    É que, com tanto crime por corrupção activa/passiva e outras tretas que não chegamos a ter conhecimento.
    Outros crimes vem a público, mas depois são negados pelos autores que dizem em entrevistas que sentem vergonha de terem o seu NOME e IMAGEM associado e estes "crimes" (que não cometeram)!
    MFCC

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  5. MFCC

    Como pode reparar "censurei" parte do seu último comentário. Lamento tê-lo feito mas, também eu, tenho de tomar algumas precauções...É que entre os cerca de cinco mil visitantes que mensalmente por aqui dão uma vista de olhos há alguns filhos de certas mães. Nomeadamente desses a que se referia...

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