Quando tudo parecia correr mal para as finanças nacionais, eis que começam a surgir as boas notícias. Um daqueles fulanos que manda uns bitaites lá para as europas veio a público ameaçar os estados com défices excessivos que essa condição poderá levar a União Europeia a fechar a torneira dos fundos comunitários. Apesar do alarme que essa eventualidade, a concretizar-se, possa causar às construtoras e a todos os que, de uma ou de outra forma, obtém alguns proveitos dos dinheiros europeus, esta é uma excelente noticia para os portugueses. Aquilo que é tido como uma represália pelo mau comportamento das nossas finanças públicas poderá afinal constituir um excelente ponto de partida para a recuperação das contas nacionais e, eventualmente até, contribuir para alguma moralização da sociedade.
A falta de financiamento poderá por em causa os investimentos megalómanos já anunciados pelo governo, bem como outros, embora de menor dimensão mas de utilidade igualmente duvidosa, promovidos pelas autarquias locais. Ao contrário daquilo que nos querem fazer crer, a comparticipação comunitária representa um valor que oscila entre os cinquenta – às vezes nem isso – e os setenta e cinco por cento do total do investimento. Significa isso que uma obra financiada terá sempre uma forte componente nacional que será tanto maior quanto menor for o financiamento europeu. Ou, exemplificando, se o arranjo de um qualquer largo tiver um custo de dez milhões de euros, e obtiver um financiamento de cinquenta por cento, o promotor nacional terá de entrar com cinco milhões de euros. Como não possui esses recursos irá, inevitavelmente, recorrer à banca para se financiar o que, como é fácil de ver, aumentará o seu nível de endividamento. De recordar que muitos analistas consideram esse – o endividamento – o maior dos nossos problemas. Mal comparado, seria o mesmo que alguém me desse quinhentos mil euros para comprar uma casa de um milhão e eu ficasse com a obrigação de pagar o resto…Nestas circunstâncias haveria muita gente a pensar que seria um bom negócio?
Mas fala-se na contrução do novo aeroporto em Alcochete e da linha de combóios que vai ligar o novo aeroporto ao centro de Lisboa. Isto significará que vai haver verbas (não sei se nacionais [banca] ou europeias) e vai haver amigalhaços concessionários das mesmas.
ResponderEliminarO bom mesmo é que haja mais produções nacionais, obras e que gere comércio.
E bom, mesmo bom era reduzir as despesas do Estado, diminuir o imposto dos combustiveis e serem os graúdos a "apertar o cinto", porque estão a ficar obesos!
Nós os "pobres" usamos os cintos para segurar as calças, mas qualquer dia vamos voltar aos suspensórios...
MFCC
E será isso uma boa notícia? Não irão eles endividar ainda mais o país se isso acontecer? Afinal não são eles que pagam as contas futuras.
ResponderEliminarOxalá que os senhores governantes não estejam a esconder "as contas públicas" onde as suas "mordomias" jamais serão cortadas, e é estranhissimo andarmos a ser comparados com a Grécia e já nem falam de Espanha.
ResponderEliminarFizeste uma análise fantástica e realmente deixaste-me a pensar.
Obrigado!