domingo, 4 de abril de 2010

Quem é que o Coelho quer tramar? Os do costume, obviamente...


O PSD está afastado do governo há mais anos do que aquilo que sempre esteve habituado. Sendo uma das tradicionais forças de poder é normal que não conviva bem com a situação e os seus sucessivos dirigentes vão procurando, de forma mais ou menos desesperada, inverter o actual estado de coisas e colocar o partido de novo na rota governativa. Para isso, ao invés de procurarem politicas alternativas, vão-se agarrando às politicas do Partido Socialista e afirmando que iriam, ainda, mais longe. O que não augura nada de bom e, ao contrário do que pensarão os seus actuais dirigentes, não constitui garantia de uma mais rápida aproximação ao poder.

Com a chegada de Passos Coelho à liderança do partido esta tendência acentuou-se de forma preocupante. Garante, entre outras coisas, o recém-eleito líder social-democrata que o PSD preconiza ainda mais cortes na despesa pública como forma de controlar o défice. O que, a mim, me parece muitíssimo bem. O que já não me parece assim tão bem e revela antes o enveredar por um populismo fácil, é aquilo que é anunciado como prioritário. Pretendendo ir ainda mais longe que o governo, garante o líder laranja que com ele apenas entrará um novo funcionário público por cada cinco que saírem. Ou seja, um novo médico por cada cinco que se forem embora do serviço nacional de saúde, um novo policia ou GNR por cada cinco que abandonarem as forças de segurança, um novo juiz por cada cinco que deixarem os tribunais, um professor e um auxiliar de acção educativa por cada meia dezena que deixarem as escolas e assim sucessivamente até ao encerramento do país.

Lamentavelmente Passos Coelho não propõe a redução do número de deputados. Já nem digo na mesma proporção, mas pelo menos de duzentos e trinta para cento e vinte. Ou de ministros, secretários de estado, sub-secretários, directores-gerais e a extinção dessa invenção pós-Abrilada que são os assessores. Hoje toda a gente que ocupe cargos políticos, por mais insignificantes que sejam, tem uma legião de assessores. Desconfio que até os assessores terão outros assessores a assessorá-los! Digo eu, que gosto muito de dizer coisas, era capaz de levar a uma poupança de recursos bastante superior a que poderá ser alcançada através de congelamento de salários ou do despedimento de funcionários públicos, que é uma ideia que também corre por muitas cabeças sociais-democratas.

Mas, até compreendo a opção de Passos Coelho. Afinal o PSD está há muito tempo longe do poder e é necessário arranjar lugares para tantos e tantos militantes laranja, que esperam - e desesperam - que a rosa murche para poderem ocupar o espaço deixado livre no canteiro. Afinal até no chefe os dois partidos são, agora, iguais.

4 comentários:

  1. Acreditas que tais cortes seriam na educação, saúde e segurança? Alguma vez? Claro que não e a aposentação em catadupa destas classes está a pôr tudo em polvorosa.

    É mais que sabido que Coelho é seguidor (mais ou menos) da MFL, mas tem algo a favor dele...é jovem e pode mudar de ideias e posições o que já não ocorre com os "velhos do Restelo"! Deste Coelho poderá surgir outro coelho da cartola e aguardarei para ver "o combate entre os novos chefes, onde um está super desgastado e mal visto na fotografia e o actual vai com o fogo todo e ainda poderá sair coelho assado".

    Enfim...e está a chegar as presidenciais mas primeiro "vai tudo a banhos".

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  2. Já existe um milhão de desempregados. O Coelho quer arranjar uma guerra civil?

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  3. O que o Diogo afirma...é das coisas que mais me preocupa, porque vivi uma durante 3 anos e é...nem quero pensar...que deus mi guardiii!
    Já a vi mais longe...mas a panela de pressão está ao rubro e não sei, não, acho que todos os partidos andam a brincar com o fogo. Possa!!!!

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  4. Concordo a 100% com essa redução do nº de deputados e também de ministros, secretários e directores. Isto é que era uma polítoca inovadora e com reduções de despesas de biliões de €!
    Eu pessoalmente não gosto do Passos Coelho, preferia o Aguiar Branco...
    Mas como não sou filiada e não tenho partidos "amigos"... Voto consoante as ideologias dos líderes que simpatizo.
    MFCC

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