Quando
se assinala o dia mundial da poupança as noticias não são as
melhores para quem procura manter o hábito de poupar. Isto porque o
governo prepara-se para voltar a mexer nos nossos bolsos. Área que,
diga-se, domina na perfeição e onde os membros que o integram
revelam uma imaginação verdadeiramente prodigiosa. Desta vez os
alvos são os descontos, as promoções e os cartões de fidelização
das principais cadeias de distribuição. É que isso de ficar com
mais uns euros na algibeira – ou gastá-los no que mais lhe
aprouver - choca frontalmente com o esforço do Parvus &
Companhia para reduzir a cinzas o poder de compra do pagode.
O
argumento utilizado – algo relacionado com as relações entre
produtores e comerciantes – constitui um disparate. Primeiro porque
o Estado, até pela doutrina vigente, deve limitar ao mínimo a sua
intervenção na economia – sempre que o faz as coisas pioram – e
depois porque ao alegadamente pretender proteger os produtores em
detrimento dos consumidores acabará, mais cedo do que tarde, por
prejudicar quem produz. Mas esperar que a gaiatagem a quem o país
está entregue perceba isso é ter as expectativas demasiado
elevadas.