terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Eu também sou muito mentiroso...
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Coisas de milhões
A julgar pelas notícias que a comunicação social tem trazido a público nos últimos dias, 2009 não terá sido um ano assim tão mau para os milionários portugueses. Ao que tem sido divulgado os magnatas lusos terão conseguido juntar à sua fortuna mais uns largos milhões de euros. Fico satisfeito por isso. Pena que não haja muito mais pessoas a consegui-lo e, pena maior ainda, que entre elas não esteja eu. Embora, verdade se diga, não tenha feito investimentos que me permitissem sequer sonhar em ganhar mais que meia-dúzia de euros. Excluindo, naturalmente, a aposta semanal no euro milhões.
Face a estes ganhos parece cada vez mais ridícula a oposição que estes senhores fazem ao novo valor do salário mínimo previsto para o próximo ano. Mesmo não se tratando de dividir o que ganham pelos pobres – até porque a função das empresas que gerem não á a pratica da caridade – não se afigura como razoável discutir tostões quando se ganham muitos milhões. A manterem esta postura arriscam-se a ser comparados ao governador do Banco de Portugal. E comparação dessas é coisa de que ninguém orgulha.
Muitos milhões, mas neste caso dos nossos impostos, vai o governo injectar nos chamados hospitais epe. O objectivo é ajudar a pagar as dívidas das unidades hospitalares que foram transformadas em entidades de gestão empresarial com a finalidade, recorde-se, de criar “um modelo organizativo, económico-financeiro e cultural centrado no utente e assente na eficiência de gestão”. Pois.
A julgar pelos milhões em causa este fantástico modelo não terá trazido assim tanta eficiência, demonstra pouca capacidade organizativa, económica e financeiramente é um desastre e a cultura de responsabilização da gestão pelos resultados obtidos estará longe de ser implementada. A grande vantagem será a existência de mais quinze conselhos de administração…
domingo, 27 de dezembro de 2009
A solidariedade fica-lhes tão bem...
sábado, 26 de dezembro de 2009
Dichotes politicamente (in)correctos

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Piadas dos outros
É uma daquelas piadas de que não me importava nada de ser o autor de tão jeitosa que é. Mas não. A minha imaginação não dá para tanto. Limito-me por isso a reproduzi-la. Não cito o autor porque já a vi em, pelo menos, meia dúzia de blogues.
Raciocínio simplex :
1. deixem que todos os homens que queiram casar com homens, o façam...
2. deixem que todas as mulheres que queiram casar com mulheres, o façam...
3. deixem que todos os que queiram abortar, abortem sem limitações...
4. em duas gerações, deixarão de existir socialistas...
"Problogger's"

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
A todos um bom Natal!
A todos os leitores, comentadores e demais visitantes que, diária ou ocasionalmente, têm a paciência de ler o que por aqui vou escrevendo, desejo um Feliz Natal, com muita saúde e vontade de continuar a acompanhar as opiniões irrelevantes nem sempre fundamentadas do Kruzes Kanhoto!
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Abel - o Xavier - e o islão
Ao contrário do que esperam muitos dos meus leitores – dois ou três, vá - não me vou pronunciar nem fazer umas quantas piadas mais ou menos javardolas acerca da conversão de Abel Xavier ao islão. Primeiro porque não tenho nada contra quem, como individuo, professa essa religião mas sim contra tudo o que ela significa enquanto ideologia, o que representa e o que pretende impor à nossa sociedade. Em segundo lugar pelas alegrias que, enquanto profissional de futebol ao serviço do Benfica, Abel Xavier me proporcionou. Não foram muitas, é verdade, mas pelo menos uma é inesquecível. Refiro-me, obviamente, ao mítico jogo de Leverkusen onde com um fantástico golo, na sequência de um remate a trinta metros da baliza, contribuiu decisivamente para umas das mais brilhantes exibições que me recordo de ver ao Glorioso. Foi um jogo épico e pleno de emoção, daqueles a que raramente temos o privilégio de assistir por só acontecerem de muitos em muitos anos, e este agora islamita contribuiu para isso.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Pressão baixa

domingo, 20 de dezembro de 2009
sábado, 19 de dezembro de 2009
E o reaccionário sou eu?!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Aumento chocante

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Inteiramente de acordo e simultaneamente de opinião contrária

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Janela improvável

Esta foto não tem nada de especial. Nada mesmo. Deve ser por isso que pouco me ocorre para escrever acerca dela. Verdade que a coexistência de três elementos me deixa de certa forma curioso. Mármore, gradeamento e azulejos convivem ali numa coexistência improvavel e simultaneamente estranha. Ou inútil.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Apanhados do clima
Como já escrevi inúmeras vezes nunca achei grande piada aos ecologistas, ambientalistas, pacifistas e outra malta, normalmente de aspecto duvidoso, que parece não ter mais nada que fazer na vida senão andar a protestar de cidade em cidade por esse mundo fora onde se realizem reuniões de chefes dos governos mais importantes do planeta. Não consigo descortinar qualquer tipo de credibilidade nem acreditar nas motivações científicas de uma criatura pouco menos que maltrapilha, com aspecto de manter uma relação inconciliável com a higiene e, em alguns casos, de cara tapada com se tivesse receio das verdades absolutas que nos pretende transmitir.
Para além dessas, outras questões não menos inquietantes, se levantam. Será que esse pessoal não trabalha ou, mesmo que o faça, como consegue arranjar tanto tempo livre e disponibilidade financeira para as deslocações? Ou, como há quem garanta, haverá uns quantos lobbies a financiar certas verdades tidas como convenientes? O fumo dos produtos que consomem não será, também ele, prejudicial, sob as mais diversas formas – desde o que vai para a atmosfera até ao posterior tratamento das consequências que provoca – para o planeta que dizem querer mais limpo?
Por fim, o modo escolhido para demonstrar o seu apego ao ambiente e a indignação contra as mudanças climáticas não podia ser pior. Partir montras, escavacar sinais de trânsito e mandar umas pedradas à polícia não me parece a forma mais eficaz de garantir a sustentabilidade do planeta. É má educação, descredibiliza as ideias por que dizem lutar e, pior, vai exigir que mais recursos sejam gastos a repor o que os meninos malcomportados estragaram.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
E se fosse uma mesquita?

domingo, 13 de dezembro de 2009
O maior progenitor português foi um padre!
Sexo, religião, politica e justiça constituem ingredientes bastantes para uma boa história de sacanagem. Como a que a seguir transcrevo e que pode ser encontrada na wikipédia. É só procurar que está lá tudo. Da sua leitura facilmente se conclui que algumas questões que ainda hoje ensombram a vida pública já se arrastam através dos séculos. A libertinagem de alguns agentes da igreja, a desertificação do interior e a ingerência do poder político nas decisões judiciais são, entre outras, as que podemos encontrar na breve historieta que se segue:
O Padre Francisco Costa foi provavelmente o maior progenitor português. Ele era prior da cidade medieval de Trancoso no século XV, dando origem a 275 filhos concebidos por 54 mulheres. Em processo movido por libertinagem na época o padre chegou a confessar que manteve relações sexuais e teve filhos com 29 afilhadas, 9 comadres, 7 amas, 2 escravas, 5 irmãs e uma tia, além da própria mãe.
Conforme sentença proferida em 1487 (cuja cópia repousa no Instituto Arquivos Nacionais Torre do Tombo, em Lisboa) ele foi condenado e a sua pena passava pelo arrastamento nos rabos dos cavalos pelas ruas públicas, com seu corpo em seguida sendo esquartejado e posto aos quartos, onde a cabeça e as mãos seriam depositadas em diferentes distritos. Porém o rei D. João II entendeu perdoar-lhe a pena e ordenou que fosse enviado para casa no dia 1 de Março desse mesmo ano, baseado no facto de "o padre Francisco Costa ter contribuído para o povoamento da Beira Alta".
A casa onde viveu o padre Francisco Costa é agora o restaurante "O MUSEU".
Sentença Proferida Em 1487 Contra O Prior de Trancoso
Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Autos arquivados no armário 5, maço 7:
"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado, o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido:
- Com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos;
- De cinco irmãs teve dezoito filhas;
- De nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas;
- De sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas;
- De duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas;
- Dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas,
- Da própria mãe teve dois filhos.
Total: "duzentos e setenta e cinco, sendo cento e quarenta e oito do sexo feminino e cento e vinte e sete do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e quatro mulheres".
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Food Alentejo
Se bem entendo os princípios da coisa – da causa, talvez – o denominado Movimento Slow Food terá como finalidade contrariar o fast food, o ritmo frenético da vida actual e o desaparecimento das tradições culinárias. Pretende igualmente este Movimento internacional promover o interesse das pessoas pela procedência e sabor dos alimentos que consomem, bem como desenvolver programas de educação alimentar a favor da biodiversidade. Tudo, portanto, boas razões para nos congratularmos com a sua existência.
Como acontece quase sempre com os denominados “Movimentos”, deve ser por isso que se chamam assim, também este se espalhou pelo planeta - mais uma espécie de franchising - e chegou, há algum tempo, ao Alentejo. Nada de mais. Principalmente se tivermos em conta a má afamada lentidão nossas gentes – uma injustiça contra a qual voltarei a salivar um destes dias – e a rica tradição dos “comeres” alentejanos. Verdadeiras iguarias que, diga-se, estão por estes dias a ser promovidos junto da criançada que, lamentavelmente, já conhece melhor o sabor de uma lasanha congelada do que o excepcional gosto de umas migas com carne de porco.
Reconheça-se no entanto que há coisas que não se devem juntar. Água com azeite será o exemplo mais conhecido. Com as palavras sucede o mesmo. Lembro-me de, em tempos já distantes, o Portimonense ter uma dupla de centrais que obrigava os gajos dos relatos radiofónicos a fazer uma pausa quando anunciavam a constituição da equipa. Eram o Amílcar e o Alhinho. Ou do outro que insistia em ser conhecido pelo nome com que o padrinho o tinha baptizado – Adolfo - e pelo apelido do seu distinto pai. O Dias.
Com este movimento sucede algo parecido. “Slow Food Alentejo” lido assim, para o pessoal que nem o inglês técnico conseguiu tirar, é capaz de parecer outra coisa. Boa, igualmente, e que, se quisermos ser brejeiros, dará para fazer umas quantas piadolas relacionadas com a gastronomia. Ou uns trocadalhos do carilho.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Solidariedade selectiva

Apenas agora é que MC deu por isso?!
Confesso que já achei mais piada a Medina Carreira. O discurso do caos está a tornar-se repetitivo, a perder a graça e a insistência em fazer um diagnóstico do apocalíptico do estado do país, sem apresentar soluções, começa a aborrecer-me. As mais recentes tiradas do antigo ministro das Finanças dirigiram-se, desta vez, ao programa “Novas Oportunidades” e fizeram-me recordar este texto que publiquei, em Novembro de 2007, na primeira versão do Kruzes Kanhoto, então no Sapo.
Cursos do Noddy
Foi com algum entusiasmo e muita expectativa que me inscrevi no Programa “Novas Oportunidades”. Pretendia, pela via do RVCC - Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências - concluir o ensino secundário que, em resultado de uma mistura de inépcia natural para a matemática e uma irresponsabilidade que hoje tenho alguma dificuldade em compreender, ficou por concluir desde o tempo em que era suposto e normal ter sido concluído. No entanto, após o primeiro contacto com o referencial que alguém se lembrou de elaborar para servir de guia a este programa, o entusiasmo esmoreceu e a expectativa transformou-se em frustração. Contrariamente ao anunciado e que seria expectável, o RVCC não se trata de reconhecer a aprendizagem que o formando efectuou ao longo do seu percurso de vida e certificar esses conhecimentos em termos académicos. Pretende-se antes que se relatem experiências, nem interessa se verdadeiras, e se escreva, de preferência muito, sobre temas variados. No meu caso, devo fazê-lo sobre temas tão diversos como o aparelho de telex, com que trabalhei na tropa, a importância e evolução dos electrodomésticos ou, algo tão relacionado com o meu percurso profissional, como o tema “Educar hoje”. Evidentemente que, acções deste tipo, têm como finalidade aumentar estatisticamente o nível académico da população e premiar com o diploma do ensino secundário quem, ainda que pouco ou nada saiba, tenha algum jeito para contar histórias. Nem que sejam da carochinha. Ou do Noddy.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Crime - dizemos nós.
Citando um mediático presidente de Câmara, “sempre que ouço falar em cultura só me apetece sacar da calculadora”. Por isso raramente aqui me refiro a eventos de índole alegadamente cultural que, quase sempre, mais não são que manifestações de gosto duvidoso e um esbanjamento descarado dos dinheiros públicos e que raramente teriam lugar se os responsáveis pela sua organização tivessem que as pagar do seu próprio bolso. Lembro, por exemplo, um “espectáculo” realizado no adro da Igreja de S. Francisco em que uns quantos jovens davam uns pinotes – não havia música senão ainda podia supor que estavam a dançar – enquanto eram regados por várias mangueiras de água. Provavelmente, a julgar pelas palmas no final, as dezenas de espectadores presentes terão percebido a essência da coisa. Eu, garanto, não entendi patavina. Mas isso sou eu que sou burro, nem manifesto capacidade intelectual para descortinar o quanto artísticas podem ser várias sequências de pulos abundantemente regados.
O mesmo não posso dizer das exposições que periodicamente estão patentes ao público no centro cultural. Ainda que não seja assíduo frequentador vou, com alguma regularidade, acompanhado o que por lá se expõe. Garanto, com a mesma convicção com que escrevi o parágrafo anterior, que vale a pena. É o caso da que por estes dias se pode visitar, em que pode ser apreciado um conjunto de fotografias que documentam o derrube da igreja paroquial de Santo André, bem no centro da cidade - ocorrido no princípio da década de sessenta do século passado - para em seu lugar edificar o Palácio da Justiça e que será certamente um dos maiores crimes contra o património histórico de Estremoz. A par, talvez, da demolição de uma vasta área de muralha efectuada anteriormente.
“Igreja de Santo André – História de um crime” é, por isso, uma exposição a visitar. Para que, pelo menos, todos tenhamos a consciência da dimensão do disparate que foi cometido.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
A maga e a publicidade
O marketing, mesmo entre os bruxos e actividades similares, está cada vez mais agressivo. A prova disso, como se fosse preciso prová-lo, é que acabo de ser alvejado com um molho de prospectos publicitários, atirados de um carro em andamento, onde são divulgadas as capacidades curativas de uma tal “Dona Mara” que, segundo reza o folheto, consulta em todo o país. Estaremos portanto em presença de uma maga ambulante. Um novo e interessante conceito, convenhamos.
Apesar da agressividade das técnicas de divulgação do serviço anunciado, verificam-se ainda evidentes lacunas que urge melhorar. Digo eu, que apesar de leigo nestas matérias da publicidade e da bruxaria, gosto muito de dizer coisas. Tanto que vou até deixar algumas dicas – oportunidades de melhoria é capaz de ser mais apropriado – que se poderão revelar úteis a quem se queira iniciar na arte de resolver problemas nas áreas do “Amor – Saúde – Negócios – Divórcios – Casamento, Namoros, etc “ e saída para a crise em geral, como anuncia o dito papelucho que por pouco não me acertava em cheio.
Para começar o titulo. “Querido paciente” parece profundamente inadequado. “Querido” soa a coisa de tias e quem recorre a esta gente são por norma pessoas com pouca paciência para resolver os seus problemas pelas vias normais. “Fofinho desesperado” era capaz de ser mais apelativo. E muito mais moderno, também.
Diz-se a seguir que “Chegou novamente a Portugal depois de uma breve viagem para aprofundar os seus conhecimentos a famosa senhora de grandes poderes naturais e sobrenaturais.” Ora, como é fácil de constatar, esta frase está repleta de contradições. Ninguém acredita que, numa breve viagem, seja possível aprofundar assim tanto os seus conhecimentos, a não ser, talvez, José Sócrates, mas esse não é para aqui chamado e de mago tem muito pouco. Também a parte dos “poderes” me parece bastante incoerente. Se alguém tem assim tantos poderes sobre naturais não estou a ver para que raio quer os naturais. Nem o contrário. Além que não deixa de ser estranho ter sido dotada logo com os dois. Nestas e noutras coisas quando a esmola é grande o pobre desconfia, por isso o melhor será optar apenas por uma versão dos poderes. Ou, em alternativa, ir variando e conforme a ocasião escolher o que dê mais jeito. Nunca os dois em simultâneo.
Garante ainda a publicidade que a senhora “Trata e cura com as suas próprias mãos”. Aqui a coisa melhora significativamente mas, mais uma vez, o marketing volta a falhar por não incluir uma foto da criatura. É verdade que quem vê caras nem sempre vê mãos, e mesmo que as veja não fica, só por isso, a saber das suas habilidades. Mas lá que ajuda muito na hora de decidir pôr alguma coisa na mão de uma qualquer maga lá isso ajuda.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Islão não obrigado!

domingo, 6 de dezembro de 2009
Calma!

sábado, 5 de dezembro de 2009
Cão bem comportado
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Estórias de um reino distante
Naquele reino distante, tão distante que até chateia de tão distante que é, o rei, convencido por um dos barões mais chegados, decidiu importar um conceito todo modernaço e implementar um sistema de gestão da qualidade lá na corte. Durante anos a fio os diversos serviços do reino, em lugar de trabalhar para o bem-estar do povo, entretiveram-se a inventar esquemas, cada um mais ardiloso que o outro, para provar que eram bons e que cumpriam os requisitos tendentes a obter a certificação de qualidade. Como não podia deixar de ser – eram eles a pagar - ganharam o desafio, foram-lhes concedidos uma espécie de certificados muito jeitosos e conquistaram até uma bandeira que, todos ufanos, hastearam nas varandas do palácio real.
Claro que esse facto nada mudou na corte, no reino ou na vida dos subditos. Essa coisa da qualidade, por mais orgulhosa que deixasse a realeza, em nada interessava à plebe. Nem tão pouco aos escudeiros, pajens, aias e outra vassalagem que, para mal dos seus pecados, eram obrigados a cumprir, ou a fingir que cumpriam, objectivos ridículos ou rebuscadamente idiotas - não raramente as duas coisas – inventados pelos escrivões do séquito real. O que, como é fácil de calcular, contribuiu para o descrédito do rei, não causando por isso estranheza de maior que tivesse sido posto um ponto final ao seu reinado e que este fosse forçado a abandonar o trono.
Obviamente que a qualidade é, como o próprio nome indica, uma coisa boa. Estabelecer como prioridade para a criadagem da limpeza a redução do número de pisadelas na merda de cão, devidamente confirmadas por uma comissão independente especializada no assunto, seria um objectivo simpático. Até porque a merdoca canina está na rua, onde o povo a pisa, e não dentro do palácio real onde o rei e o restante séquito têm quem lhes trate dos sapatos.
Tudo isto, repito, passou-se num reino distante. Tão distante que até chateia de tão distante que é.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Ideias parvas

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Os pândegos
Por mais que me esforce não consigo levar os economistas a sério. Eu bem tento mas a insistência desta classe em traçar cenários e fazer conjunturas quanto ao que nos reserva o futuro, principalmente quando não foram capazes de prever uma crise como a que estamos a atravessar, fazem-me rebolar de riso sempre que algum abre a boca.
Garantem agora estes pândegos que 2010 terá de ser um ano de forte contenção salarial. Quiçá até de congelamento das remunerações. Por mim iria mais longe. Aconselharia uma fortíssima redução do vencimento dos gestores de topo das empresas. Públicas e das outras. Para justificar os obscenos salários que auferem usam quase sempre o argumento das qualificações e que aos melhores se deve pagar muitíssimo bem se não procuram outras paragens. Pois que assim seja. Procurem outras paragens. Mais depressa encontrará um emprego bem remunerado no Luxemburgo um operário indiferenciado, de uma dessas construtoras da moda, que ganha o ordenado mínimo, que um qualquer gestor da mesma empresa ainda que só exija metade do que ganha por cá.
Já quanto à função pública entre economistas, gestores e outros pseudo-analistas, preconiza-se o congelamento de salários e, em casos extremos, opina-se mesmo que o ideal seria promover despedimentos ou redução de salários. Eu, que acredito na bondade humana e na inteligência de quem andou anos a fio a estudar estes assuntos, quero crer que quem afirma estas coisas sabe do que está a falar e que essa será a melhor solução para o país. Outros, mais desconfiados ou apenas más-línguas, juram que eles querem é que sobre mais dinheiro do Estado para pagar pareceres, estudos, assessorias e outras coisas que não vêem ao caso. Mas isso são os outros a dizer, porque eu não acredito.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
O "gay" Leão

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