quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Outro Peczinho...

Desta vez é quase a doer. Mesmo que o anunciado hoje pelo engenheiro (eheheh) não resolva grande coisa no combate ao deficit do Estado e contribua para afundar ainda mais a economia, as medidas que nos próximos meses entrarão em vigor vão fazer-se sentir a sério nos bolsos e, provavelmente, no estilo de vida dos portugueses. 
Diz o homem, todo ufano, que a consolidação orçamental  prevista vai permitir reduzir o défice em cinco virgula um mil milhões de euros. O que é, assim à primeira vista, um número astronómico e difícil de imaginar. Mas não. É quase ridículo. Principalmente se pensarmos que são apenas seiscentos Robertos.

Eles que ponham mas é a mãe deles a render

Não consigo evitar um sorriso quando deparo com comentários a defender, como mais uma medida de redução da despesa, a extinção de Municípios do interior como Barrancos, Borba ou outros de reduzida expressão populacional. A opção é, quanto a mim, curiosa e revela uma opção simplista ao melhor estilo socrático de acabar com o que é pequeno e, em termos financeiros, irrelevante. 
Todas estas localidades tem um identidade própria, um território perfeitamente demarcado e são as Câmaras Municipais, quase sempre, as únicas instituições que mantém viva a terra e são elas a razão de ainda ir restando alguma população por estas paragens do interior. Se calhar, digo eu assim de repente, era capaz de fazer mais sentido e causar um impacto muito mais significativo no equilíbrio das contas públicas extinguir os municípios da Amadora, de Odivelas ou da Moita. Até porque, como não serão muitos os que sabem onde começam ou acabam estes concelhos, seriam poucos os que notariam a diferença se os mesmos deixassem de existir e fossem, provavelmente com vantagens de toda a ordem, integrados nos concelhos limítrofes. 
O que parece estar fora de questão, pelo menos ninguém ousa mencioná-lo, é o encerramento de instituições públicas, daquelas que desempenham um papel importantíssimo – quiçá decisivo - na sociedade portuguesa. Como, por exemplo, a Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género ou o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural. Que seria de nós sem eles?!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Assobiar para o lado e deixar arder


Nem coloco a hipótese de as autoridades competentes nestas matérias não estarem, se calhar até já estão há muito tempo, a investigar o curioso fenómeno que origina uma espessa nuvem de fumo negro e que se repete com  inusitada frequência num bairro situado numa das entradas da cidade. Não que o local da deflagração seja particularmente suspeito ou que o facto de arder alguma coisa naquele lugar provoque algum sentimento de preocupação a alguém. Nada disso. No entanto a persistência com que o estranho fenómeno se repete, tenho a certeza, não pode deixar de merecer a atenção de quem tem por missão zelar pela ordem pública. 
Não acredito que na origem de tamanha fumarada esteja um qualquer churrasco nem, tão pouco, a queima do lixo que os moradores recusam colocar nos contentores. Trata-se, obviamente, de outro tipo de material combustivel. Qual e o motivo porque parecem ter tanta necessidade de o queimar é que deve ser investigado – reitero que não tenho nenhuma razão para pensar que não haja investigações a decorrer – e, se neste comportamento se verificar a prática de algum ilícito, punir os prevaricadores de acordo com o que dispõem as normais legais relativamente a este tipo de comportamento. Pelo menos é  o que  é expectável acontecer num país onde as leis são iguais para todos. Ainda que, também nestas coisas, uns pareçam menos iguais que outros.

domingo, 26 de setembro de 2010

Ganhar dinheiro na internet



Os sites PTC – páginas que pagam por visualizar anúncios por eles sugeridos – não estão ainda muito divulgados entre nós, ao contrário do que acontece em muitos outros países de poder de compra inferior ao nosso, onde constituem uma fonte de receita interessante para muitos internautas. As imagens acima são o comprovativo de alguns recebimentos que obtive com estes esquemas e demonstram que, apesar das muitas fraudes que ocorrem por essa internet fora, também há negócios mais ou menos honestos... 
O funcionamento da coisa é relativamente simples. Começa-se por criar uma conta no Paypal ou no Alertapay. Pode optar-se por outro meio de recebimento mas este é o mais simples. Por muitas razões. A começar pelo anonimato e as óbvias razões que daí decorrem...De referir que através do Paypal ou do Alertapay é possível efectuar pagamentos online, associar um cartão de crédito ou até mesmo transferir dinheiro de ou para uma conta bancária. 
Após o procedimento descrito no parágrafo anterior basta escolher entre a muita oferta existente aqueles sites que oferecem uma maior garantia de cumprimento das condições propostas, nomeadamente no que diz respeito ao pagamento. Deve sempre desconfiar-se da fartura e ter muitas reserva em relação àqueles que oferecem lucros milionários. Embora seja possível obter resultados interessantes ninguém, a menos que viva no Burundi ou na Etiópia, fica rico ou poderá viver à conta destes esquemas. 
Utilizo e recomendo o BeRuby, que paga cinco cêntimos para visitar sites como o “Sapo”, “A Bola” ou o “facebook” - coisa que toda a gente faz de borla – o Neobux, que paga quatro cêntimos por dia para clicar em anúncios e o Bux.to que diariamente nos propõe cerca de vinte páginas publicitárias que rendem outros tantos cêntimos. Isto enquanto noutra janela do nosso navegador podemos ir consultando outras páginas com muito mais interesse como, nomeadamente, o Kruzes Kanhoto. 
Visto assim pode – e de facto é – parecer pouco. No entanto se multiplicarmos estas quantias irrisórias por trezentos e sessenta e cinco dias chegaremos a valores que facilmente ultrapassam os cem dólares de rendimento anual.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Discriminações maquiavélicas

Mais do que saber se vou ficar sem subsidio de Natal, de Férias ou parte de ordenado no próximo ano, o que me tem intrigado e deixado verdadeiramente perplexo é a insistência com que a comunicação social, economistas e parvos em geral apresentam esta hipotética medida, supostamente anti-crise, como sendo de aplicação exclusiva à função pública. A ser assim seria um acto claramente discriminatório e provavelmente desprovido de qualquer legalidade, do qual resultaria a condenação do Estado por qualquer tribunal e a obrigação de indemnizar quem fosse abrangido por ela. 
Tal medida, para ter algum efeito prático, apenas poderá configurar um novo imposto que incida sobre essas remunerações. Logo, sendo uma nova contribuição, terá de ser aplicada a todo o universo de pessoas que trabalhe por conta de outrem e nunca apenas a um grupo restrito de contribuintes. Por outro lado, caso não se trate de um imposto, se o governo entender modificar a legislação laboral e imponha uma alteração legislativa que lhe permita, definitivamente ou durante um certo período de tempo, não pagar determinadas importâncias – Subsídio de Natal, de Férias ou outra coisa qualquer - aos seus funcionários, com o intuito académico de cortar na despesa pública, a eficácia dessa medida – atrevo-me desde já a diagnosticar – será praticamente nula. Só um tolinho acreditará que, a nível do Estado central, a verba disponibilizada nas rubricas orçamentais do pessoal não será usada para aqueles pequenos caprichos que todos sobejamente conhecemos. Ou, nas autarquias locais, para fazer mais um inolvidável espectáculo com o artista do momento, construir umas quantas rotundas e atribuir generosos subsídios. 
Numa ou outra circunstância, a todos ou apenas aos funcionários públicos, retirar ainda mais dinheiro à economia será dar o passo que falta em direcção ao abismo. A mim, que tal como Jesus Cristo não tenho biblioteca nem percebo nada de economia, parece-me que quem não receber subsidio de natal não vai comprar presentes e se não tiver subsidio de férias fica em casa. O que não seriam boas noticias para o comércio nem para aquelas regiões onde, tradicionalmente, os portugueses gozam férias. A menos que – e não sou eu que vou excluir essa hipótese por mais maquiavélica que me pareça - se pretenda que recorramos ao crédito...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ca'ganda ideia!


Embora não seja integralmente visível na fotografia, o arranjo urbanístico em redor da imagem religiosa colocada no pequeno largo situado em frente do quartel dos Telheiros está muitíssimo bem engendrado. Umas quantas arvores, flores de espécies várias, bancos para qualquer transeunte mais cansado gozar uns momentos de repouso e o pavimento calcetado, conferem ao espaço um aspecto aprazível. Nomeadamente para quem vai passear o cãozinho. É que o projectista levou em linha de conta as necessidades do melhor amigo do homem – às vezes também da mulher – e reservou pequenos recantos, revestidos a pedra solta, para que os canitos possam aliviar a tripa sem que as consequências deste acto sejam excessivamente visíveis. Bem pensado, sem dúvida. 
A execução desta obra, concluída mais ou menos a meio do ano anterior, demorou cerca de três anos. Mas, reconheça-se, valeu a pena. Está ali uma coisa jeitosa, sim senhor.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Reorientação laboral

Andam por aí uns malandros, anti-comunistas primários na certa, que nos querem fazer acreditar que o Estado cubano terá intenção de se livrar de muitos dos seus funcionários. Quinhentos mil, mais coisa menos coisa. Ora, numa deliberada distorção daquilo que são as intenções do governo de Cuba, as forças mais reaccionárias – provavelmente ao serviço do capitalismo mais selvagem – trataram de intoxicar a opinião pública catalogando esta situação como despedimentos na função pública daquele país socialista e, ao que parece, democrático. 
Obviamente que não se trata de nada disso. Antes pelo contrário. Está, isso sim, em curso um processo - amplamente democrático, esclareça-se desde já – de reorganização de actividades com a reorientação laboral de trabalhadores para outros postos de trabalho e outras formas de relação laboral não estatal. O que é, como toda a gente percebe, algo de muito diferente daquilo que muitos arautos ao serviço do grande capital andam para aí a proclamar. 
Já agora saliente-se que as novas modalidades de subsistência serão, entre outras coisas, o arrendamento, o usufruto ou, até mesmo, o trabalho por conta própria. Naturalmente que nada disto poderá ser conotado com o exercício de qualquer actividade capitalista. Era só o que faltava que, de ora em diante, quem na ilha do camarada Fidel passar a viver do arrendamento ou do usufruto de qualquer bem, possa ser rotulado de parasita ou explorador capitalista. Se tudo correr bem e a reorientação em curso for um sucesso teremos a ilha cheia de exploradores e parasitas revolucionários. O que, só um porco-fascista não vê, é completamente diferente.

sábado, 18 de setembro de 2010

Jornalistas da treta

Nos últimos dias têm-se sucedido noticias na comunicação social que me fazem ter vontade de esmurrar o rádio do carro, rasgar o jornal ou atirar qualquer coisa ao televisor. Não, propriamente, pelo conteúdo informativo mas antes pela forma como as noticias nos são transmitidas. Claro que eventuais actos de violência sobre os meios que trazem até mim a informação revelar-se-iam inúteis, despropositados e apenas capazes de me causarem avultados prejuízos financeiros. Daí que opte apenas por chamar parvos aos jornalistas que as redigiram. Se é que ainda são estes profissionais que tratam destas coisas. 
A manipulação jornalística em torno das noticias que envolvem os ciganos são absolutamente revoltantes e revelam algo que, para ser simpático, vou apenas considerar como mau profissionalismo. Quando pessoas daquela etnia são, alegadamente, vitimas de qualquer injustiça – porque, naturalmente, também o são tal como qualquer outro cidadão – não há profissional da informação que não repita até à exaustão a palavra “ciganos” para identificar as presumíveis vitimas. Veja-se o caso francês ou qualquer escola portuguesa onde os pequenos ciganitos não sejam tratados como príncipes. 
Já na situação inversa, que ocorre na maior parte das ocasiões, em que são os estes os causadores dos mais variados desacatos, não há jornal nem jornalista que ouse pronunciar a palavra “ciganos”. Na melhor das hipóteses, muito timidamente, um ou outro atrever-se-á a mencionar que se trata de cidadãos de etnia cigana. Podia citar inúmeros casos, mas fico-me apenas pelos dois mais recentes. Os “pais de um aluno” - palavras do jornalista – entraram numa escola pública e malharam barbaramente uma professora que devia estar mesmo a pedi-las e, hoje, uma rixa envolvendo duas “familias” provocou dois mortos. 
Todos os cidadãos envolvidos nestes actos cívicos representativos de uma certa cultura só serão “ciganos”, segundo os modernos critérios jornalísticos, se alguns racistas e xenófobos lhes arrearem uma valente carga de porrada. Ou então algum Sarkosy os meter na linha. Nem que seja do TGV.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Estremoz?!


Algum bom motivo haverá para que esta rua, no meio de um bairro residencial de vivendas de luxo em Oceanside no Estado norte-americano da Califórnia, tenha o nome de “Estremoz”. Ou então é apenas por acaso.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Solidários ou gente que só quer é aparecer?

Até há pouco tempo era politicamente correcto odiar George Bush. Quem não o fizesse não passava de um analfabeto politico, um indigente mental, quiçá, até, uma verdadeira besta. Claro que não foi nada disso que impediu o homem de obter a confiança dos eleitores americanos, ser reeleito e apenas ter deixado o poder porque não podia, legalmente, candidatar-se. A justificação, fácil e óbvia, é que aquela malta lá da América é toda estúpida. Pelo menos é o que garantem uns quantos iluminados que abominam tudo o que vem dos States. Embora, nesta como noutras matérias, a sua voz não suba a alturas significativas.
Órfãos do inimigo Bush e ainda sem coragem para atirar a primeira pedra ao seu sucessor – dizer mal de um preto, mesmo que seja Presidente do país que mais odeiam, é quase um sacrilégio - encontraram finalmente um líder ocidental - condição sine qua non para ser merecedor do ódio da intelectualidade - em relação ao qual podem destilar todo o azedume que os consome. 
Enviar de regresso ao seu país cidadãos estrangeiros que se dedicam a práticas ilegais, não trabalham e são potencialmente geradores de insegurança parece-me uma prática de todo louvável. Que, de resto, se impõe. Até porque não há alternativa. Não acredito que a França ou qualquer outro país tenha possibilidade, queira ou seus habitantes aceitem sustentar um número cada vez maior de mendigos, oportunistas ou mesmo gente séria e honesta de outros países. Embora, com a actual facilidade de circulação de pessoas no espaço europeu, a eficácia desta politica seja altamente questionável. 
Curiosa é a maneira como esta malta, simultaneamente culta, humanista e quase sempre de esquerda, escreve sobre estas coisas nos jornais e blogues ou discursa quando lhes aparece um microfone por perto. Para eles o Sarkozy é um imbecil e esta é uma politica criminosa destinada a aumentar os seus níveis de popularidade. Ou seja, eles não duvidam que estas medidas são do agrado da esmagadora maioria da população francesa que, portanto, padecerá igualmente de imbecilidade. 
Desconfio, no entanto, que todas estas criticas não são mais que a necessidade que este tipo de gente sente de marcar a sua posição. Lá bem no fundo, quando ninguém os ouve, eles estarão de acordo com o Sarko. É que não se consta que em França andem a esconder romenos ou búlgaros nos quintais, nem que por cá já alguém se tenha oferecido para acolher uns quantos expatriados. Afinal Aristides Sousa Mendes houve só um e parece não ter deixado seguidores. Pelo menos daqueles que se deixem de conversas e acolham em casa um desses cidadãos encantadores.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A falar é que a gente se entende


Tal como já escrevi num post anterior acerca da quantidade obscena de telemóveis que foram vendidos no primeiro semestre deste ano, somos uns tagarelas. Nem o facto de conduzir um veiculo automóvel nos impede de dar dois dedos de conversa - uma mão é capaz de ser mais adequado, pelo menos a julgar pelo tempo que por vezes demoram estes encontros - ao amigo, companheiro, camarada, amante ou outra coisa qualquer no âmbito do relacionamento, que encontremos no nosso trajecto. Nosso e dos outros, diga-se. Mas esses, ou outros que às vezes até podemos ser nós, que esperem. Ou, se não quiserem, que vão para o raio que os parta.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Tropa fandanga

Não me importo absolutamente nada de pertencer ao com certeza reduzido número de pessoas de Estremoz para quem a presença do Regimento, bem no centro da cidade, seria dispensável. De todos os serviços públicos que têm encerrado, ou que se prevê venham a encerrar nos próximos anos, o quartel seria aquele que menos saudades me deixaria. O prejuízo económico, eventualmente causado pela sua saída, seria largamente superado em vantagens pela devolução à sociedade civil de um imenso espaço que o exército ocupa na zona mais nobre da cidade. 
Ainda assim insuficiente, pelos vistos. Anualmente por esta altura, durante vários dias, ocupam o Rossio Marquês de Pombal e, por largos períodos, as artérias adjacentes para comemorarem o seu dia. Não é que me incomode – aborrece-me um bocadinho, vá – ficar vários minutos à espera que desfilem umas centenas de magalas, umas dezenas de cavalos ou uma dúzia de máquinas guerra daquelas que fazem sorrir qualquer accionista da Galp. Mas que passava bem sem todo esse aparato, lá isso passava. Até porque esse espalhafato podia muito bem ser feito dentro dos muros do quartel onde não incomodavam ninguém. Deve ser para palhaçadas deste género que serve a gigantesca parada existente no seu interior.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Populismo autárquico

À semelhança do governo, relativamente a toda a função pública, também muitos autarcas elegeram os funcionários do municípios que transitoriamente dirigem – todo o poder é efémero, convém ter sempre presente – como alvo de discursos populistas. Depois das pausas para o café, que apelidou de excessivamente e contra as quais tomou medidas restritivas, Macário Correia voltou a atirar-se como gato a bofe aos funcionários da autarquia que dirige. Nomeadamente àqueles que, alegadamente, estarão de baixa médica graças a favores obtidos, também alegadamente, junto de médicos amigos. Saliento que os alegadamente anteriores são meus porque, tanto quanto sei, o edil não terá achado necessidade de os introduzir no seu discurso. 
Mesmo desconhecendo em absoluto a realidade farense, acredito piamente que o homem tenha toda a razão. Perde-a, no entanto, quando opta por trazer para a praça pública, com o aparente intuito de ganhar a simpatia da opinião pública, um problema que podia – mais do que isso, tinha obrigação de o fazer – resolver dentro do seu gabinete. Se há, e de certeza que haverá, quem não queira trabalhar, o que o senhor Presidente da Câmara tem a fazer é indicar-lhes o caminho da saída. Para isso dispõe de múltiplas opções. Pior é que depois, quando as coisas não correrem tão bem como o desejado, fica sem bodes expiatórios...

domingo, 12 de setembro de 2010

Conversa fiada


Nos primeiros seis meses do ano foram vendidos em Portugal três milhões de telemóveis. Para um país com dez milhões de habitantes, dos quais mais de vinte por cento a viver abaixo do limiar da pobreza e muitos outros lá perto, com uma taxa de desemprego nunca vista e que ocupa os últimos lugares da União Europeia em quase todos indicadores de desenvolvimento económico, social e humano, o número dá, forçosamente, que pensar. 
Por outro lado, sendo nós um povo de tagarelas e onde a ordem das prioridades há muito que anda ao avesso, esta elevada quantidade de “telélés” acaba por não constituir grande surpresa. Afinal pode não haver dinheiro para os manuais escolares do puto, que estão caros como o caraças, mas para investir em novas tecnologias da comunicação é que não pode faltar. De resto, mesmo que a descendência seja mais burra que um asno, há coisas onde não pode ficar mal vista. Isso seria fazer figura de urso. 
Mas não são apenas os mais jovens a contribuir para este sucesso de vendas. Nada disso. Muito boa gente, já com idade para ter juízo, revela o mesmo tipo de necessidade. Contactar e ser contactada através da mais moderna tecnologia é hoje um imperativo que só os parvos não percebem. Mesmo que não se tenha nada de jeito para dizer, a carteira esteja vazia a maior parte do mês, a conta bancária abaixo de zero ou se fuja dos credores e dos carteiros a sete pés. Sorte as notificações não virem ainda por SMS!

sábado, 11 de setembro de 2010

Passear na relva


Gosto da malta que opta por passear sobre a relva em lugar de utilizar o passeio. Que, para aqueles que não conhecem o local, está mesmo - mas mesmo - ao lado da zona relvada. São opções e isto nada como ser diferente. Seja a passear o canito ou a abanar o traseiro. É que se não fossem elas não tinha nada para postar por aqui. O que era uma chatice. Ainda caía uns quantos lugares no ranking. 
Ah! E antes que alguém analise detalhadamente a foto e insinue que foi a transparência da fatiota de uma das senhoras que me chamou a atenção, esclareço desde já que apenas dei por tal quando fazia a sua edição para a publicar aqui no blogue. Até porque –  a fotografia nem deixa margem para grandes dúvidas – não há por ali nada que mereça um olhar mais atento. E, além disso, este é um espaço sério que não se dá a poucas vergonhas.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fogo sagrado

Apesar de poder vir a enfrentar as mais terríveis ameaças e a condenação geral, vou mesmo fazê-lo. E de hoje não passa. Ainda que a indignação de muitos figurões que ninguém conhece e de outra gente que todos conhecem mas preferiam não conhecer se abata sobre o autor deste blogue, vou mesmo queimar uma quantidade de livros religiosos. Sagrados, talvez. 
Descansem todos os que por estes dias tem manifestado o seu temor por causa das intenções pirómanas de um norte americano maluco. Não vou desrespeitar nenhuma religião importante. Daquelas que nem podemos contar anedotas. Vou apenas incendiar uns quantos catecismos em segunda mão, que ninguém quer em lado nenhum e que estão a contribuir para que a prateleira da estante apresente um preocupante estado de cansaço que ameaça ceder a qualquer momento. 
Garanto que me irei inteirar cuidadosamente que apenas arderão os manuais que, em vão diga-se, tiveram por missão instruir-me – e aos meus descendentes - nas coisas do catolicismo. Juro pelas alminhas dos que já lá estão e de todos os que para lá irão que não queimarei nada que, mesmo ao de leve, contenha referências a outras religiões. Muito menos daquela que prega a paz e os seus seguidores, quando não estão a fazer bombas, passam parte significativa do seu tempo de rabo para o ar. Esses vou reservá-los para quando grelhar umas febras. Ou assar um leitão.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dia de queimar o corão

Dia onze, depois de amanhã portanto, não vou queimar nenhum exemplar do corão. Até porque não tenho esse livro na minha biblioteca. Faz-me, no entanto, alguma espécie o histerismo que por aí vai apenas porque um obscuro líder religioso de uma não menos obscura comunidade, perdida algures nos Estados Unidos da América, se lembrou de organizar em encontro de malta que gosta de pegar fogo a livros. No caso – irrelevante, acho eu – o corão. “Ah e tal é o livro sagrado dos muçulmanos” argumentará uma imensa legião de adeptos do politicamente correcto e da alegada tolerância para com as diversas formas de adorar os deuses. E daí?! Conheço alguns para quem o “Avante!” é uma bíblia sagrada e isso não os impede de queimar uns quantos para, na Festa do dito, acender a fogueira onde grelham as febras e os coiratos. 

(Começo a dar razão àqueles que garantem que o software livre é coisa de comunistas e de outra gente com ideias igualmente manhosas. Então não é que o corrector ortográfico do OpenOffice manda-me escrever corão com letra maiúscula mas não faz o mesmo se digitar bíblia em minúsculas?!) 

Que é feito daquelas magnificas expressões, assim tipo “isso é lá com eles” ou “vivemos num país livre por isso cada um faz o que quer”, que é costume ouvir quando em causa estão outros valores que nos deviam ser muito mais queridos do que a merda de um livro de que há, até, exemplares em demasia?! 
Trata-se de “respeito”, dirão. Pois sim. Numa sociedade – refiro-me ao ocidente em geral – que não respeita os seus próprios valores, onde não se demonstra respeito por nada nem por ninguém, evocar esse sentimento é risível. Até porque se eventualmente se tratasse de uma queima da bíblia não faltaria gente a achar que se trataria de um acto de fino recorte cultural. A verdade é que estão borrados de medo não venha um daqueles barbudos que reza de cú para o ar, fazer-se explodir numa qualquer cidade do tolerante e respeitador ocidente e lhes rebente com o coirão. 
O medo nunca nos levou a lado nenhum. A cobardia menos ainda. Por isso amanhã quem quiser queimar um livro que queime. Seja o corão, a lista telefónica ou o Almanaque do Tio Patinhas. Ficaria triste apenas pelo último...Mas, porra, vivemos numa sociedade livre e fazer um fogaréu com uns quantos livros ridículos não constitui nenhum crime.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Lágrimas de crocodilo

As lágrimas que hoje se derramam, um pouco por todo o interior do país, a propósito do encerramento de várias centenas de escolas não passam de lágrimas de crocodilo. Não havendo crianças, em número que o justifique, obviamente que não faz qualquer sentido manter aberto um estabelecimento de ensino. E insistir nisso, mesmo que sejam necessários tantos postos de trabalho quantos os alunos para ter a escola aberta, é uma atitude pouco sensata e reveladora de um profundo desprezo pelo erário público. 
A culpa pela situação a que chegámos – triste, concordo – é de todos. A começar por nós que, seguindo os modelos ocidentais, deixámos de querer ter filhos e optámos por viajar até destinos exóticos, endividar-nos, ter um cão ou, simplesmente, não ter de aturar fedelhos. Tudo opções legitimas e que devíamos assumir sem vir agora com as lamechices do costume porque o resultado das nossas escolhas não podia, naturalmente, ser muito diferente daquilo a que estamos a assistir. 
Claro que também governo e autarquias tem um elevado grau de responsabilidade na matéria. Se o primeiro foi retirando serviços públicos e canalizando investimentos para o litoral, potenciando o despovoamento do interior, já as autarquias, com as suas opções tresloucadas e baseadas em critérios que não lembram nem ao diabo, têm-se mostrado absolutamente incapazes de contribuir para a criação de emprego. Excepto aqueles empregos de utilidade duvidosa que ainda vão arranjando aos mais chegados. 
Veja-se, por exemplo, o esbanjamento de avultadas verbas em festivais de música, festas da juventude, comezainas diversas e eventos ridículos que de norte a sul é feita pelos municípios de terriolas onde o publico alvo desses festins mal dará para compor uma plateia de um teatro de província. No fim da festa, depois de larguíssimas dezenas – centenas, não raras vezes - de milhares de euros terem mudado de conta, o que é que fica na terra? Quantos postos de trabalho gerou esse evento, por maior que tenha sido o seu sucesso? E isto ano após ano, mandato após mandato e seja qual for a cor com que a edilidade se pinte. 
Tanto dinheiro era coisa para, ao fim de algum tempo, ser suficiente para construir um lar de idosos. Coisa que não falta, os velhos, por este Portugal fora. Mesmo que isso escape ligeiramente àquilo que é o quadro de atribuições das autarquias, estou convicto que a prodigiosa imaginação dos nossos autarcas havia de encontrar forma de ultrapassar qualquer impedimento. E, para além de resolver um problema que se coloca cada vez com maior acuidade, era um investimento gerador de emprego. Digo eu, que gosto muito de dizer coisas.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Olhó foguete...

O senhor JPS não gostou da minha dissertação acerca do foguetório matinal de Domingo último. Está no seu direito de não gostar que eu não tenha gostado. O barulho incomodou-me e o facto de ter tornado publico esse meu incómodo desagradou ao senhor JPS que, muito legitimamente, deixou um comentário aqui no Kruzes manifestando a sua estranheza e  desagrado perante o meu aborrecimento. Provavelmente o senhor JPS não aceita que outros tenham gostos diferentes e, pior, se atrevam a tecer criticas acerca de coisas que gosta. 
Por distracção – outro motivo não seria, certamente – enganou-se no texto que pretendia comentar e acabou por deixar o seu protesto, a atirar para o mal-educado diga-se, no post onde abordo um aspecto relacionado com Cuba. Não foi por isso que o comentário, que a seguir transcrevo, deixou de ser publicado nem de merecer a devida resposta que igualmente publico de seguida. 
“JPS disse... 
É engraçado o senhor queixar-se de uma coisa, digamos, banal, vulgar, e acima de tudo enraizada nas tradições das várias festas e romarias não só em estremoz, como em todo o lado. Querem ver que os foguetes em estremoz são diferentes daqueles que lançam por exemplo á meia noite do dia 25 de abril? Tambem são barulhentos, e tambem são a uma hora algo indesejável para quem já está a dormir. Ou estou enganado? É que desses por exemplo, nunca o vi aqui queixar-se na blogosfera. Talvez seja um tipo de foguetes novos e silenciosos. E tambem me causa alguma estranheza e admiração, ver aqui pela primeira vez neste blog uma queixa sobre os foguetes em Estremoz. Não vi aqui mais ninguem a queixar-se. Será que o meu amigo não terá uns ouvidos algo sensiveis? É tudo uma questão de decibéis. É que pelos vistos, muita gente se incomóda por tudo e por nada. Agora, até dos foguetes se queixam. Incrivel....... Ah, já agora, disse que se iria logo levantar e dirigir-se ao recinto á alvorada dos foguetes? É que por acaso eu estava lá nessa altura, e não o vi lá chegar. Talvez fosse o transito que estava complicado. Deixava-lhe um conselho. Se não gosta de festas populares, ninguem o obriga a isso. Mas respeite quem ainda gosta delas, e quem gosta de tradições. E um foguete, nada mais é que uma peça tradicional das festas, destas e de todas as outras. Como dizem "os outros": não há festa como esta. É especial porque é a nossa. Aguente-se quem não gosta.” 
“KruzesKanhoto disse... 
Ora, ora... então o meu estimado leitor JPS – um dos poucos que, pelos vistos, lê blogues - fica aborrecido por causa de uma opinião critica em relação a um (apenas um!) aspecto da festa da paróquia?! Como diria o outro “não havia necessidade..” De facto não gosto de foguetes. Principalmente daquela parte em que o foguete rebenta e acorda as pessoas que num Domingo às nove da manhã ainda estão dormir. (Mandriões! Por isso que este país não avança). São barulhentos. E caros, também. Dizem, porque eu nunca comprei nenhum. Prefiro gastar o pouco dinheiro que ganho em coisas mais úteis. Quanto ao foguetório do 25 do A, é capaz de ter razão. Que me lembre nunca por aqui os critiquei. O que até nem admira. Um gajo anda sempre metido nessas coisas dos partidos, não convém andar a dizer mal não é? Quanto à sensibilidade dos meus ouvidos nem me diga nada. Veja lá que não ouvi foguetes nas madrugadas de Domingo e Segunda-feira. Ou então tinham algum dispositivo silenciador, sei lá."
Como passadas mais de vinte e quatro horas achou que a sua réplica não tinha merecido honras de publicação insistiu, pouco cortesmente, no tema e desta vez ameaçando - huuuuu – pedir a publicação do seu indignado comentário noutro blogue conforme, bem como a minha resposta, se pode ver em baixo.
“JPS disse... 
Já percebi que tenho de pedir num outro blog para publicarem o meu comentario uma vez que aqui só se publica o que é conviniente, e o que não lhe agrada não interessa. Tem medo de publicar o meu comentario porque? Não tenha. Deixe lá. Vou pedir a um outro blog para o publicar.”
“Kruzes Kanhoto disse... 
Senhor JPS. Ainda não percebeu que pôs o comentário no post errado?! Ó homem o comentário está publicado desde ontem seguido da minha resposta! Arre..” 
De facto no Kruzes Kanhoto publico o que quero. Nada me obriga a publicar seja o que for. Neste caso, apesar da manifesta pouca cortesia do comentador – que não faço a mais parva ideia quem seja nem, tão-pouco, estou interessado em saber – entendi por bem publicar dado ser uma reacção deveras curiosa. 
Também não tenho especial interesse em alimentar polémicas desta natureza. Respeito quem gosta de foguetes mas obviamente que não vou prolongar esta discussão. Se o JPS – ou outro qualquer leitor – quiser, por exemplo, discutir a qualidade das minhas fotos de merda de cão aí sim teremos assunto.


Vergonha nacional

Dados recentes apontam para que a economia paralela represente, em Portugal, cerca de vinte por cento do Produto Interno Bruto. Embora não seja um valor que cause estranheza, uma vez que está entre nós fortemente instalada uma cultura de fuga ao pagamento de impostos, surpreende-me que estes números sejam unanimemente negligenciados pelos comentadores e analistas que dedicam parte significativa do seu tempo a debater e a procurar soluções para as crises que ciclicamente vamos vivendo. Discute-se a produtividade, o endividamento, a redução da despesa – factores importantes e que, obviamente, é necessário controlar – e exigem-se mais sacrifícios aos que estão dentro do sistema, sem que se avancem medidas a sério para incorporar todos aqueles que, embora beneficiem da despesa, nada contribuem para a receita do Estado. 
Estes números, reconhecidos como próximos da verdade por fontes oficiais, foram em diversas ocasiões considerados como minudências por diversos especialistas em diagnosticar os males da nação. Estou a lembrar-me, nomeadamente, de Medina Carreira e Silva Lopes para apenas mencionar dois dos mais citados e aplaudidos arautos do “rigoroso controlo da despesa pública” pela via do corte de salários, pensões e demais direitos – regalias injustificadas no entender deles – dos portugueses. Afinal, se vinte por cento do PIB nacional é perfeitamente irrelevante, porque raio é que nos devemos preocupar com uns reles nove por cento de deficit?!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um post do c******

Não tenho nada contra as pessoas do Norte. Nem, sequer, o facto de algumas delas terem como ídolo o Pinto da Costa. Mas, confesso, passava bem sem a sua presença por perto. Que vão de férias aos magotes e se amontoem aos catorze num T1 é lá com eles. E elas, porque aquilo parece ser tudo ao molho e envolver diversas gerações. Agora que falem aos gritos, mesmo quando estão a escassos centímetros uns dos outros e o interlocutor não dê sinais de ser portador de qualquer deficiência auditiva, já é coisa para me incomodar. 
Para além do elevado nível de decibéis emitidos, a própria linguagem que utilizam para comunicar entre si é, quase sempre, porca e desprovida de sentido. Veja-se a insistência de, em cada frase, pronunciar pelo menos duas vezes ou três vezes a palavra c******. Berrar, para toda uma vasta plateia ouvir, “Zé, c******, faz tempo que não te bia, c******! Tás mais magro, c******!” é, para ser simpático, redundante. Embora estúpido também fosse uma boa definição. Primeiro porque o Zé não terá como apelido c******. Segundo porque, como toda a gente, o Zé não anda nú e, por último, ainda que esteja mais magro essa ausência de tecido adiposo não terá reflexos ao nível do c******. 
Agora que já escrevi um post com um nível de ordinarice quase tão grande como a linguagem que utilizam, deixo um apelo aos meus leitores do norte. Tirem o c****** da boca, c******!

domingo, 5 de setembro de 2010

Fidel e os maricas

Embora não constitua grande surpresa – não haverá, provavelmente, muita gente que não o soubesse - Fidel Castro terá confidenciado recentemente numa entrevista que concedeu, ser ele o responsável pela perseguição movida aos paneleiros Cubanos. A noticia, calculo, terá horrorizado a malta de uma certa esquerda que vê no ditador, agora aposentado, um dos seus últimos heróis e nas politicas que implementou na ilha das caraíbas um dos seus derradeiros mitos. 
Não sei se esta revelação constituirá ou não mais um revés nas crenças daqueles que acreditam ser Cuba o exemplo da sociedade ideal. Talvez não. Vão ver são gajos para argumentar que a paneleiragem lá do sitio é toda contra-revolucionária. Ou, pior ainda, são maricas exportados para o território pelos imperialistas americanos. Seja como for esta confissão demonstra que até mesmo um ditador maluco pode ter, ainda que esporadicamente, um ou outro momento de lucidez.

Foguetório

Acabo de acordar. Assarapantado. Pensei estar sob um intenso bombardeamento de forças invasoras que numa atitude tresloucada tivessem resolvido atacar-nos. Mas não. Tal seria completamente estúpido. Tanto país jeitoso que há por aí para invadir não faria sentido sermos nós os invadidos. 
Tratou-se, afinal, de foguetório. Mais que muito. Barulhento. Insuportável. Desagradável. Há festa numa das paróquias da cidade e a melhor maneira de nos lembrarem disso – aos paroquianos e aos restantes – é fazer uma algazarra monumental às nove da manhã. De um Domingo. Deve ser porque a festa vai começar e reclamam a nossa entusiástica presença no recinto da mesma. Embora estremunhado e ainda aturdido pelo banzé, vou já a correr para lá mal acabe de escrever este post. Como são divertidas estas coisas. Ou parvas, sei lá.