É
um dado adquirido que vamos ser nós – vocês sabem de quem eu
estou a falar – a pagar as favas. Nem, aliás, outra coisa seria de
esperar. As bestas que passaram pelo poder, tal como as alimárias
que lá estão agora, leram todas a mesma cartilha e, mesmo que
esteja demonstrado até à exaustão que este caminho não tem saída,
insistem em marrar contra a parede.
Mas,
voltando às favas, farei tudo o que puder para não as pagar. Nem
que tenha de as semear. O que, pela primeira vez na minha vida,
acabei de fazer no meu quintal. Só mesmo para ser do contra. É por
isso que aqui vai, pelo menos é o que espero, nascer um pequeno
faval. Ínfimo, por assim dizer, mas que, simbolicamente, representa
o meu protesto. Se o tempo permitir, num outro local, tratarei de
“protestar” muito mais. Tanto que – caso a colheita corresponda
às expectativas – favas será coisa que não pagarei. Mas disso
darei conta na ocasião.