Portugal
está – desde há muitos anos – a saque. E, por mais que a
ministra da justiça proclame que a impunidade acabou, aquilo que
continuamos a constatar é que vivemos num país de saqueadores.
Verdade que uns sacam mais que outros. Há quem saque milhões e quem
saque tostões. Cada um saca o que pode, portanto. Desde o gajo que, alegadamente, se afiambrou a toneladas de euros do BPN até ao espertalhão que, não menos alegadamente, se
vai escapulindo ao pagamento da renda, da água ou da luz que
consome. Num e noutro caso cá estão os dos costume para pagar. Mas estes sem essa coisa do alegadamente. Até
um dia que se aborreçam de tanto ser sacados. Nessa altura, ao
contrário do que gostariam uns quantos velhotes, nem vai ser preciso
andar à porrada. Quando o dia do aborrecimento chegar isto cai de
vez. Nas calmas. Mas, se calhar, com estrondo.
sábado, 30 de novembro de 2013
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Em busca da pesquisa perdida
Por
algum motivo que me escapa, as pesquisas efectuadas no Google já não
aparecem nos contadores de visitas. Deve ter algo a ver com a
melhoria do serviço ou assim. Perde-se, por causa disso, informação
relevante da qual os administradores de bloggers e outros sites
extraíam importantes conclusões quanto à melhor forma de manter e
cativar a audiência.
Os
restantes motores de busca, por enquanto, não adoptaram esta
politica. No entanto, dado o número residual de utilizadores que a
eles recorrem, não é a mesma coisa. De certeza que entre as
pesquisas a que agora já não tenho acesso estarão expressões mais
interessantes e curiosas do que a “grande puta tuga” - da
qual, espero, o autor tenha encontrado o rasto – ou do leitor gago
que pesquisou “n n nuas”.
Depois
de me terem saneado do adsense, agora isto. Palhaços. Acho que vou
mudar de motor de busca. Não é que eles se importem. Mas eu também
não.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
De hipocondríacos a amantes das novas tecnologias.
Não
vai longe o tempo em que clínicas e outros espaços onde se realizam
exames complementares de diagnósticos ou, até mesmo, centros de
saúde estavam cheios de gente. Velhos e novos, doentes ou a vender
saúde, não havia cão nem gato que não fizesse toda a
espécie de exames médicos.
Hoje
estes locais estão praticamente vazios. Inclusivamente os serviços
de urgência estão, a maior parte do tempo, quase às moscas. Deve
ser, presumo, mais uma nefasta consequência da crise. Ou, então,
trata-se de uma espécie de milagre em que a nossa saúde melhorou ao
mesmo ritmo que a carteira se foi esvaziando.
O
que, estranhamente, continua cheio são os centros comerciais. O que
pode questionar isso da carteira estar mais vazia. No último
fim-de-semana os tablets, telemóveis daqueles todos catitas e LCD's
de dimensões XXL saiam a uma velocidade estonteante da Worten cá
sitio. Tudo coisas sem as quais, obviamente, já não podemos viver.
Por mais que a crise nos afecte. A crise ou as nossas prioridades.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Não há almoços grátis. Nem reparações à borla.
Sucedem-se
noticias de autarquias que disponibilizam serviços de pequenas
reparações ao domicilio. Tudo o que diz respeito a carpintaria,
electricidade ou canalizações pode ser consertado por pessoal
habilitado, para o efeito disponibilizado pela respectiva autarquia
local. De forma gratuita e discriminatória. Bom, talvez não seja
bem assim. Nomeadamente na parte do gratuito. Porque a menos que o
presidente da câmara pague do bolso dele alguém está a pagar. E
desconfio que são os discriminados a quem isso da gratuitidade não
se aplica. Inconstitucionalidadezinha da boa, parece-me.
Não
sei se a dificuldade cada vez maior em encontrar um carpinteiro,
canalizador ou electricista para fazer uma pequena reparação
estará, ainda que vagamente, relacionada com tão inteligente medida
de apoio social. Talvez não esteja. O pessoal é que está cada vez
mais preguiçoso e não se quer dedicar a actividades que envolvam
esforço físico. Deve ser isso.
domingo, 24 de novembro de 2013
Ainda isso das quarenta horas
Estremoz
será, alegadamente, a única câmara do distrito e uma das poucas no
país a aplicar a lei que estabelece o horário de trabalho da função
pública em quarenta horas semanais. Nada de mais. Lei é lei e,
tanto quanto se sabe, é para cumprir. Daí que tal atitude não
constitua, na minha modesta opinião, motivo para elogios ou reparos.
É assim e pronto.
O
mesmo não digo de certas vozes que, cá pelo burgo e também no
resto do país, não contêm o seu regozijo de cada vez que os
funcionários públicos vêem piorar a sua situação profissional e
financeira. Deviam, digo eu, ter percebido – até porque muitos já
o sentem na pele – que qualquer patifaria feita pelo governo à
função pública se reflecte, inevitavelmente, no resto da
comunidade. Mais ainda numa terra pequena onde a dependência do
Estado é esmagadora.
Se
a perda de rendimentos conduziu à quebra do consumo e consequente
diminuição das vendas, o aumento do numero de horas de trabalho
está a piorar ainda mais o cenário. É, pelo menos, do que se
queixam alguns comerciantes da cidade. Coisa que devia preocupar –
no lugar deles preocupava-me – os que olham com satisfação as
atitudes persecutórias do governo. Até porque elas podem significar
mais encerramentos de lojas, despedimentos e o resto a que já vamos
estando habituados. Mas se o povo gosta...
Perante
esta evidência reconheço que me equivoquei quando, aqui há atrasado,
me pronunciei contra a extinção de uns quantos feriados. Afinal o
governo tinha mesmo razão. Mais dias de trabalho corresponderão,
necessariamente, a um aumento do produto interno bruto. Assim como,
inversamente, na sequência da mesma lógica, menos horas de descanso
– ou sem trabalhar – diminuirão o consumo. O pequeno comércio
local atesta a eficácia da teoria.
sábado, 23 de novembro de 2013
As varandas da crise
Por
causa da crise ou de outra coisa qualquer é cada vez mais
frequente encontrar alfaces, couves ou outros vegetais comestíveis em locais onde antes apenas existiam ervas ou flores. É o caso desta
varanda no centro da cidade. Com a vantagem, relativamente ao meu
quintal, da plantação estar a salvo de lesmas e outra fauna como a
que arruína a minha “horta”.
É
por causa dessa bicheza que, também eu, aderi à “agricultura de
vaso e garrafão”. Primeiro foram os morangos e, agora, um
criadouro de alfaces. Que, a seu tempo, serão também plantadas no
vasilhame estrategicamente espalhado pelo quintal. A salvo, espero,
de toda a espécie de rastejantes, criaturas aladas e gatos
incontinentes.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
O cliente tem sempre razão...excepto nisso da cultura!
Sou um inculto.
Revelação que, diga-se, não constitui novidade para ninguém.
Muito menos para mim. Mas, fiquei a saber desde esta semana, não sou
o único por estas paragens. A julgar por aquilo que tenho lido na
Internet os habitantes de Estremoz, todos sem excepção, padecem de
uma profunda falta de cultura. Isto porque, pasme-se, nem um só residente desta terra foi assistir a um espectáculo
espectacularmente espectacular que estava agendado para o fim-de-semana passado.
Sim, é verdade. Nem um
estremocense se dignou a fazer companhia ao único actor que ia subir
ao palco do teatro cá do sítio. E isso, compreensivelmente,
indignou o pessoal envolvido na peça – que se propôs vir
apresenta-la por sua conta e risco – e, incompreensivelmente, uns
quantos fulanos que, nas redes sociais, desataram a encontrar
culpados pela total ausência de público. Tudo tem servido para
justificar o fracasso. Nomeadamente a ofensa reles a funcionários do
Município, a atribuição da culpa pela situação ao presidente da
câmara e um argumentário de nível abaixo de idiota quanto à
pretensa falta de divulgação do evento. Nada que surpreenda muito.
Porque, como se sabe, para o pessoal da cultura – esses seres
iluminados e de inteligência superior – a culpa é sempre dos
outros e nunca deles.
Em momento algum aquela
malta equaciona a hipótese de o espectáculo não ser assim tão bom
ou admita que nesta terra não exista público para aquele tipo de
trabalho. Nem - pelo menos isso - reconheça que temos o direito de,
enquanto consumidores seja de cultura ou de outra coisa qualquer,
comprar apenas o que nos apetece. Por melhor que seja o produto que
nos estão a tentar vender. O que, se calhar, nem era o caso.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Ainda o horário de trabalho da função pública
De entre as coisas que
me aborrecem a xico-espertice é uma das que ocupa os lugares
cimeiros da lista. O xico-esperto é um daqueles seres – em
abundância neste país - que não me merece nenhum tipo de respeito
e que desprezo profundamente.
O que se está a passar
relativamente à questão do horário de trabalho da função pública
é, apenas, mais um exemplo do xico-espertismo nacional. O que penso
acerca do assunto está mais que explanado em vários posts que
dediquei ao tema e, por isso, não faço hoje considerações sobre a
bondade, ou falta dela, da decisão de pôr a função pública a
trabalhar oito horas.
Aquilo que deixa os meus
poucos cabelos em pé é atitude deplorável dos sindicatos e de
outros agentes políticos perante a matéria. Primeiro, porque não
estou a ver a razão objectiva – subjectivas até vejo muitas –
para recursos e providências cautelares. A lei é clara, não deixa
margens a interpretações manhosas e não constitui qualquer tipo de
discriminação entre trabalhadores do privado e do público. O
governo legislou – foi, de resto, para isso que os portugueses o
elegeram – e não devem ser outras instâncias, por mais legítimas
que sejam, a decidir sobre assuntos da esfera politica. Até porque
não me lembro – mas admito que a minha memória me esteja a
atraiçoar – de ter ido votar para a eleição de qualquer
tribunal. Constitucional ou não.
Depois, porque a luta
política em redor do assunto é apenas baseada no oportunismo e
protagonizada essencialmente por xicos-espertos. Veja-se o recente
caso da greve protagonizada pelos trabalhadores dos transportes
colectivos do Barreiro contra a aplicação das oito horas de
trabalho por parte daquela autarquia. Liderada, recorde-se, pelo
partido comunista. Neste caso, a luta contra a imposição do novo
horário não terá merecido grande simpatia, muito menos
solidariedade, dos sindicatos e pessoal afecto ao poder camarário.
Está-se mesmo a ver que a cor política da autarquia não tem nada a
ver com isso… os gajos dos autocarros é que devem ser uns beras do
caraças de quem ninguém gosta.
Continua. (Amanhã ou
noutro dia qualquer…)
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Mais estacionamento tuga!
Se isto da blogosfera
ainda desse dinheiro como dava antigamente, o “estacionamento tuga”
era coisa para, só por si, constituir motivo mais do suficiente para
criar um blogue dedicado ao tema. Assunto para o alimentar não
faltava.
Ao tuga de hoje pareceu
bem estacionar assim. De esguelha. A ocupar todo o passeio. Que, ao
que sabe, ainda é o espaço reservado para circulação de peões.
Pessoas a pé, portanto. A menos que, numa interpretação mais
moderna da legislação que regulamenta esta matéria, se defenda que
o código da estrada não se aplica aos passeios e, sendo assim, nele
o automobilista pode fazer o que muito bem lhe apetecer.
domingo, 17 de novembro de 2013
As laranjas da crise
Fruta.
Muita fruta. Coisa suficiente para, se no quintal adequado, ganhar
dois ou três campeonatos. Como é no meu não vai além de uns
quantos sumos.
sábado, 16 de novembro de 2013
Estacionamento tuga
No
que ao acto de estacionar diz respeito, o tuga é um verdadeiro
mestre. Estaciona com mestria inigualável a carripana nos locais
mais improváveis e mesmo que isso prejudique os outros, ao tuga
pouco importa. Eles que façam o mesmo. Desenrasquem-se.
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
E que tal cortá-los a eles?
O
discurso oficial começa a ser perigoso. Diria, até, a dar sinais
preocupantes de discriminação relativamente aos funcionários
públicos que já vai muito para além da demagogia oficial e do ódio
latente que grassa em muitos sectores da sociedade. Dizia ainda agora
um deputado da maioria, a propósito do orçamento de Estado para
2014, que a “opção do governo foi cortar no Estado em vez de
cortar nas empresas e nas pessoas”. Assim. Sem tirar nem pôr.
O que significa, face aos cortes previstos no diploma em discussão,
que aos funcionários públicos e aposentados, segundo o ponto de
vista de PSD e CDS, não é atribuída a condição de pessoas.
É
este tipo de gente – nem sei se lhe atribua este estatuto - que
nos governa. Uns porcos. Que não respeitam o povo que governam. Só
me apetece mandá-los levar no cú. Mas é melhor não. Às tantas
ainda gostam.
Boas noticias para alguns eleitores...para outros nem por isso.
Pelas notícias que
têm sido divulgadas nos últimos dias verifica-se que são muitos os
municípios a reduzir as taxas e preços por si praticados.
Nomeadamente, por ser a que mais pesa nos bolsos dos contribuintes,
os valores que até agora vinham cobrando pelo IMI. É, sem dúvida,
uma excelente medida para os contribuintes residentes nos concelhos
que estão a optar por estas reduções. Pode também significar que
os autarcas estarão, finalmente, a ganhar juízo e a perceber que
isso do rigor nas contas públicas toca a todos. É que a diminuição
de receitas que está associada a estas deliberações, acrescida aos
cortes nas transferências do Estado e à diminuição natural de
outras receitas provocada pelo ajustamento no comportamento de
empresas e cidadãos, vai provocar um rombo colossal nos orçamentos
municipais. Para o qual, espera-se, todos terão de estar preparados.
Porque isto, não sei se toda a gente sabe, a menos receita terá
forçosamente de corresponder menos despesa. E isso, se desejável e
indispensável, é capaz de não estar a ser assimilado pelos
eleitores. Nem, se calhar, pelos eleitos que assim decidem. Para além
de, quando o exercício de 2014 estiver a decorrer, a coisa ser
susceptível de provocar reacções com um nível de entusiasmo
significativamente mais comedido…
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Retoma ao raiar do dia
Teremos,
alegadamente, saído da recessão. Uma boa noticia, concordemos. Em
boa parte, ao que parece, também devido à melhoria verificada na
procura interna. Perante isto o que faz o governo? Prepara-se para
voltar a diminuir salários, obviamente. Como faria qualquer parvo.
Que essa coisa da recessão não é para ser abandonada assim sem
mais nem menos. Até porque ninguém manda a malta ser alarve e andar
por aí às compras.
Por
falar em compras, procura interna e trapalhadas correlativas. O LIDL
abriu hoje em Estremoz a sua nova loja. Para além dos visitantes já
esperados, provavelmente atraídos pela oferta do pequeno-almoço ou
das castanhas, os clientes terão sido mais que muitos. O primeiro,
parece, terá chegado quase de madrugada. Para, logo que a loja fosse
inaugurada, ter a honra de ser o primeiro a fazer compras na nova
superfície comercial. Um consumidor motivado a contribuir para a
retoma e a quem os cortes na pensão não tiraram a vontade de
adquirir coisas, pelos vistos.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Desiludidos?! Ninguém os manda ser parvos.
As primaveras árabes,
tão queridas da esquerda e da intelectualidade lusitana que não se
cansou de as comparar ao nosso 25 de Abril, contribuíram para
degradar ainda mais os direitos das mulheres. Na altura não
partilhei do entusiasmo generalizado que corria pela blogosfera. Não
era difícil prever que seria mais ou menos isso que acabaria por
suceder. Por mais que custe a aceitar a internautas ingénuos ou
catraios que mal largaram os cueiros armados em comentadores de
meia-tigela. Podiam, digo eu que nem gosto de dar conselhos, era ser
um bocadinho menos parvos e admitir que outros possam ter uma visão
diferente acerca do mesmo acontecimento. Menos académica, mas mais
fundamentada na experiência de vida. E próxima da realidade, no
caso.
Prioridades leva-as o fumo
Claro que nisto dos
bairros sociais, como se calhar em todos os outros lugares, há gente
de todas as condições. Ricos, remediados e pobres. Desde aqueles
que, provavelmente num gesto ímpar de altruísmo, pagam onze mil
euros de quotas em atraso aos seus camaradas de partido, até aos que
não têm dinheiro para, sequer, pagar coisas básicas como o
fornecimento de energia e água. Ainda que, mesmo estes últimos e em
muitas circunstâncias, tudo se resuma a uma questão de prioridades.
Como muito bem dizia uma senhora já velhota, igualmente residente
num bairro portuense que tem sido noticia ultimamente por razões
relacionadas com calotes a empresas prestadoras de serviços. O que
se confirma pelas declarações do vizinho que, garante, não paga a
luz nem a água desde tempos imemoriais. Não tem dinheiro para isso,
lamenta-se. Enquanto acende um cigarro e manda umas baforadas.
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Só posso ter ouvido mal. A "responsabilidade pelas instalações é do sindicato" ?! Mas o que é que andam a fumar em Évora?!
Publicação de SIC Évora.
Diz que, por causa da greve da função pública,
algumas autarquias do Alentejo estiveram de portas fechadas na
última sexta-feira. Num dos casos onde isso ocorreu ficámos a
saber, através de reportagem exibida pela SIC, que a iniciativa do
encerramento das portas terá partido do sindicato. Por, dizia uma
sindicalista, o sindicato ter entendido que não estavam reunidas
condições de segurança para o edifício estar aberto. Embora,
salientou, tivesse sido autorizada a entrada aos trabalhadores que
não aderiram à paralisação. Era, digo eu, também o que mais
faltava. Ainda que, encerrar lá dentro quem decidiu exercer o
direito a ir trabalhar, constitua uma evidente forma de pressão
sobre os que optaram por não fazer greve.
Não sei se é só a mim, mas, assim de repente,
parece-me que o facto de uma estrutura sindical a determinar o fecho
de um edifício público não será uma coisa muito legal. Mais
espantoso é o chamado poder local democrático lá do sitio pactuar
com actividades deste género. Por mais simpatias partidárias que
existam entre uns e outros. É verdade que isto só acontece em
municípios liderados pelo partido comunista. Onde, como todos
sabemos, existe democracia e essa coisa das perseguições e da falta
de liberdade ficam à porta.
domingo, 10 de novembro de 2013
A sério?
O
Aeroporto de Beja assume-se como um importante motor para o
desenvolvimento económico e social da Região do Alentejo,
contribuindo, de forma inequívoca, para o combate ao isolamento e à
exclusão, constituindo um instrumento de grande eficácia na
promoção de maior coesão social e territorial, tal como se assume,
também, como uma infra-estrutura aeroportuária de relevância
nacional.
Não.
Não encontrei esta pérola em
nenhum site de anedotas. Nem mesmo desses com anedotas parvas e sem
graça sobre alentejanos. Mas podia. Esta prosa brilhante e
inspirada está publicada num site institucional.Podiam ter
esturrado o nosso dinheiro à vontade mas não precisavam de nos
chamar parvos. Não havia necessidade. Podiam era ser sérios.Só um
bocadinho, pelo menos.
Não podiam ter um animal doméstico que não aborreça? Uma tartaruga, por exemplo. Um hamster, talvez.
Hoje
foi dia de semear as ervilhas da crise. O que envolveu aquela tarefa
chata e desagradável de cavar a terra onde os ditos legumes iam ser
semeados. Cavar – já devo por aqui ter escrito isto – é de
todas as coisas que já fiz a que mais me aborrece. E, atrevo-me
mesmo a dizer, também das que ainda não fiz.
O
cenário piorou perante a quantidade de merda de gato com que me
deparei durante a preparação do terreno. Desconfio que todos os
felinos do bairro vêm cagar ao meu quintal. Era cada cavadela cada
bosta. Ou quase. Eram muitas, pronto. E, chamem-me o que quiserem,
foram todas direitinhas para o meio da rua. Literalmente. Porque se
eu não tenho gatos, nem vou cagar ao quintal dos outros, por que
raio hei-de apanhar a merda que não é minha? Assim pode ser que
algum dos donos a pise. Ou, pelo menos, se sinta incomodado com a
javardice que ficou à vista de todos.
Já
agora, alguém conhece uma maneira eficaz de manter os bichanos
afastados? Soluções demasiados drásticas serão liminarmente
ignoradas, obviamente.
sábado, 9 de novembro de 2013
Não me apetece pagar as prioridades dos outros
A
EDP resolveu suspender os cortes de energia que vinha fazendo na
região do Porto aos supostos clientes que não pagam a conta ou,
melhor ainda, puxam a energia do poste mais próximo. São boas
noticias. Nomeadamente para aqueles que não têm o pagamento das
despesas básicas de uma casa no topo das suas prioridades.
Para
muita gente há, primeiro, que tratar do bólide topo de gama, da
roupa de marca e de outras coisas igualmente essenciais à manutenção
do estilo de vida. Nem todos, como é óbvio, adoptarão este padrão
de comportamento. Muitos estarão desempregados ou terão reformas
pouco mais de miseráveis. Tal como acontece em qualquer outro ponto
do país. Gente essa que cumpre, sabe-se lá com que sacrifícios, as
obrigações que assumiu para poder viver com alguma dignidade.
Sacrifícios que alguns não querem fazer porque acham que alguém os
deve fazer por eles. O que revela bem a falta de dignidade dessa
malta.
De
estranhar é que as entidades oficiais pactuem com situações deste
género e pressionem uma empresa privada – se fosse pública era
reprovável na mesma - para discriminar clientes. Sim, porque quando
uns pagam e outros não estamos perante um acto discriminatório. O
que, presumo eu, deve ser inconstitucional. Pelo menos em
circunstâncias idênticas o tribunal especializado nisso da
Constituição já decidiu nesse sentido.
Seja
como for, por mim está decidido. Mal acabe a tarifa bi-horária vou
mudar de fornecedor de energia eléctrica. Não estou para continuar
a pagar a luz que não consumo.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
De repente, a norte, começaram a preocupar-se com o despesismo...
O
clube de futebol do Porto está indignado. O que é perfeitamente
normal dado que aquela rapaziada quando não ganha fica nesse estado.
Mas a indignação deles, desta vez, é assaz original. Tem a ver com
a decisão da Câmara de Lisboa de apoiar financeiramente a
construção de uma estátua em homenagem a um antigo dirigente do
maior clube português. O que, na opinião da agremiação nortenha,
se trata de um luxo desnecessário e de um despropositado acto
despesista da autarquia da capital. Pode, admito facilmente, até
ser. Mas, recorde-se, estarão em causa cerca de cinquenta mil
euros. Muitas, mas mesmo muitas vezes menos do que a Câmara de Gaia
gastou no centro de treinos que construiu para usufruto do tal clube
do norte. Ou do que custaram as muitas recepções aos “Dragões” patrocinada pelo Menezes, o ex-autarca esbanjador da margem sul do
Douro. Convinha, perante a desproporção dos valores em causa, ter
um certo sentido do ridículo. Mas isso deve ser pedir demais ao
velhote gagá. Ou xexé, sei lá.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
E é a isto que chegou o nível da discussão acerca das funções do Estado…
Quase todos acham
bem que o Estado reduza as suas despesas. Desde que isso, claro está,
não os afecte. A polémica dos últimos dias em torno do
financiamento do ensino particular vem, mais uma vez, evidenciar este
nosso estado de espírito. A defesa desta opção do governo tem
vindo a ser feita de forma acérrima pelos mesmos que, ainda não há
muito tempo, defendiam o fim da Adse com o argumento que os impostos
de todos não devem financiar privilégios de alguns. Menos ainda
quando quem deles beneficia pode utilizar, como todos os restantes,
as infraestruturas públicas de saúde.
É notável o nível
de incoerência dos defensores do chamado cheque-ensino ou desta
espécie de PPP para a educação que a TVI recentemente denunciou.
No caso da Adse o sistema é em grande parte sustentado pelos
descontos de quem dele usufrui e, como está amplamente demonstrado,
fica mais barato ao Estado do que o SNS. No entanto, talvez por um
ódio cego aos funcionários públicos, defendem a sua extinção. Já
no que diz respeito ao ensino, sem que ninguém faça um desconto
específico para isso, acham que o Estado deve suportar a opção de
quem entenda colocar os filhos numa escola privada, ainda que ao lado
exista uma pública. Trata-se de liberdade de escolha, segundo eles.
Mesmo que mais cara e que todos a paguemos. A mesma liberdade –
eles chamam-lhe privilégio – que não querem reconhecer a quem
paga para ter essa escolha. Coerente esta gentinha.
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Ora aí está um puto capaz de desenvolver as competências adquiridas no âmbito do desacato.
Há
coisas que me são extremamente difíceis de entender. Deve ser,
presumo, da idade. A historieta do catraio que tem acessos de fúria
em plena sala de aula é uma delas. Ou melhor, até percebo que o
puto espatife o mobiliário, faça um berreiro danado capaz de se
ouvir em Espanha ou morda quem lhe aparecer pela frente. O que já
não entendo é como é possível que reincida no comportamento no
dia – ou dias – seguintes. Só a ausência de castigo adequado e
proporcional ao desacato que provocou é que podem justificar a
reincidência. Se não o teve, então é óbvio que tem de ser
mantido afastado das pessoas normais, que estas não têm obrigação
de aturar as bestas dos outros.
Os
pais, provavelmente, serão do mesmo calibre e, por isso, incapazes
de educar o gaiato. Mas disso não têm culpa os alunos, funcionários
e professores obrigados a partilhar o mesmo espaço com a fera. Muito
menos a ser vitimas passivas da sua má educação. Mas, graças à
ditadura do politicamente correcto em que vivemos, ninguém pode
tocar no fedelho. Quem o fizer está metido em sarilhos. E o pior é
que esta maneira de encarar as coisas, apenas defendido por uma
ínfima minoria de anormais auto convencidos da sua genialidade, está
apenas a servir para criar delinquentes. Os mesmos que, espero, mais
cedo do que tarde tratarão de lhes ir às trombas.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
E o louco sou eu?!
O país está, hoje,
certamente mais rico. Graças, entre outras coisas, ao facto de
trabalharmos mais horas, mais dias por ano e, principalmente por
termos ordenados mais baixos. A riqueza, aliás, vê-se em cada
esquina, em cada rua e em cada largo. Diria, até, que se vê cada
vez mais ao longe e mais largo.
Tudo isto sem ter sido
necessário criar um Ministério da Felicidade Suprema como fez o
outro maluco - tão maluco que até faz parecer o Chavez um tipo
sensato - lá da Venezuela. De resto, nós nem temos por cá malucos
daquele quilate. Jamais teremos no governo um louco que nos garanta
estarmos a viver um milagre económico, jure que existem linhas
vermelhas para os sacrifícios que jamais serão ultrapassadas e que
veja tantos sinais de retoma que até chateiam de tantos que são.
Não é que me esteja a
fazer ao lugar, mas ando desconfiado que já vi alguns desses tais
sinais de retoma. Inclusivamente um apareceu-me sob a forma de um
pombo. Estava metido num buraco, olhou para mim, em seguida bateu as asas duas ou
três vezes e desapareceu. Foi um sinal. Inequívoco. Daqueles que
só um louco não ia entender.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Marmelada
A
publicação de fotos intimas, escaldantes e capazes de fazer
arregalar os olhos a qualquer um – ou qualquer uma, que não quero
cá discriminações - não tem sido prática regular aqui no Kruzes.
Mas isto nem sempre nem nunca, como sabiamente dizia a minha avó.
Daí que hoje divulgue uma imagem que é tudo isso. Intima, porque
obtida no recesso do meu lar; escaldante, porque acabadinha de sair
da panela; e capaz de, pelo menos aos apreciadores, provocar um
arregalar de olhos. Porque estes também comem.
Fica assim documentada, da forma possível, a qualidade da marmelada
feita por mim e pela minha Maria. E sim, estava tão boa quanto
parece.
domingo, 3 de novembro de 2013
E ainda agora foi eleito...
Não sei se percebi bem o que disse Rui Moreira, o recém eleito Presidente da Câmara Municipal do Porto, a propósito dos cortes de luz num bairro social da invicta. Para além da despropositada solidariedade que manifestou para com as pessoas que acediam de forma irregular ao fornecimento de energia, pareceu-me ouvir que o homem quer ser previamente informado sempre que a EDP for cortar a electricidade a um cidadão do Porto. O que, a confirmar-se, será um dos maiores disparates já alguma vez proferido por um autarca. Por todas as razões. Principalmente porque o seu Município é um dos maiores senhorios do País e, com esta posição, está manifestamente a colocar-se numa posição difícil de sustentar quando quiser cobrar a renda aos caloteiros. Presentes e futuros.
Depois vem tudo o resto. A água, o gás, o telefone, a TV por cabo, a Internet ou mesmo a conta da mercearia. De certo o senhor também pretenderá ser avisado sempre que uma empresa destas áreas de negócios interrompa o serviço a um qualquer consumidor do seu concelho. Ou, por que não, quando o merceeiro lá do bairro resolva deixar de vender fiado...
sábado, 2 de novembro de 2013
Orçamento?! Estamos contra!
A
agente infiltrada do Kruzes na manifestação promovida pela CGTP,
para protestar contra o orçamento de Estado para o ano que vem,
constatou o que se aguardava que constatasse. A fraca adesão a este
tipo de iniciativa e a pouca indignação manifestada pelos
participantes. Reformados na sua maioria – é o que garante a
espécie de enviada especial do KK - que aproveitaram o dia para um
passeio. Assim do tipo caminhada matinal mas aos gritos. O que é
bom. Exercita o pulmão. Pena que não tenham tido a mesma prática
quando da aprovação de sucessivos orçamentos que se expandiram
muito para lá dos recursos existentes no país. Se o tivessem feito
talvez ontem a canseira fosse escusada...
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Não pagam e ainda reclamam!!!!
A julgar pelos valores
alegadamente em causa, foi com vários anos de atraso que a EDP
resolveu interromper o fornecimento de energia a um número
significativo de consumidores de um bairro de mau aspecto na cidade
do Porto. Que – pasme-se – ainda têm o descaramento de vir para
a rua e, principalmente, para as televisões manifestar o seu
protesto por terem ficado sem luz. Devem achar que se trata de uma
espécie de direito adquirido que lhes foi roubado. Só faltou, mas
tenho esperança que rapidamente alguém o faça, pedir a
inconstitucionalidade da acção da EDP. Surpreendente, também, é
ainda não ter surgido a notícia de que já foi interposta uma
providência cautelar, convocada uma manifestação ou, no mínimo,
posta a circular uma petição a favor do direito a luz eléctrica
grátis. E, já agora, água, gás, telefone, internet, combustível,
droga…
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