De entre as coisas que
me aborrecem a xico-espertice é uma das que ocupa os lugares
cimeiros da lista. O xico-esperto é um daqueles seres – em
abundância neste país - que não me merece nenhum tipo de respeito
e que desprezo profundamente.
O que se está a passar
relativamente à questão do horário de trabalho da função pública
é, apenas, mais um exemplo do xico-espertismo nacional. O que penso
acerca do assunto está mais que explanado em vários posts que
dediquei ao tema e, por isso, não faço hoje considerações sobre a
bondade, ou falta dela, da decisão de pôr a função pública a
trabalhar oito horas.
Aquilo que deixa os meus
poucos cabelos em pé é atitude deplorável dos sindicatos e de
outros agentes políticos perante a matéria. Primeiro, porque não
estou a ver a razão objectiva – subjectivas até vejo muitas –
para recursos e providências cautelares. A lei é clara, não deixa
margens a interpretações manhosas e não constitui qualquer tipo de
discriminação entre trabalhadores do privado e do público. O
governo legislou – foi, de resto, para isso que os portugueses o
elegeram – e não devem ser outras instâncias, por mais legítimas
que sejam, a decidir sobre assuntos da esfera politica. Até porque
não me lembro – mas admito que a minha memória me esteja a
atraiçoar – de ter ido votar para a eleição de qualquer
tribunal. Constitucional ou não.
Depois, porque a luta
política em redor do assunto é apenas baseada no oportunismo e
protagonizada essencialmente por xicos-espertos. Veja-se o recente
caso da greve protagonizada pelos trabalhadores dos transportes
colectivos do Barreiro contra a aplicação das oito horas de
trabalho por parte daquela autarquia. Liderada, recorde-se, pelo
partido comunista. Neste caso, a luta contra a imposição do novo
horário não terá merecido grande simpatia, muito menos
solidariedade, dos sindicatos e pessoal afecto ao poder camarário.
Está-se mesmo a ver que a cor política da autarquia não tem nada a
ver com isso… os gajos dos autocarros é que devem ser uns beras do
caraças de quem ninguém gosta.
Continua. (Amanhã ou
noutro dia qualquer…)
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