quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ainda o horário de trabalho da função pública


De entre as coisas que me aborrecem a xico-espertice é uma das que ocupa os lugares cimeiros da lista. O xico-esperto é um daqueles seres – em abundância neste país - que não me merece nenhum tipo de respeito e que desprezo profundamente.
O que se está a passar relativamente à questão do horário de trabalho da função pública é, apenas, mais um exemplo do xico-espertismo nacional. O que penso acerca do assunto está mais que explanado em vários posts que dediquei ao tema e, por isso, não faço hoje considerações sobre a bondade, ou falta dela, da decisão de pôr a função pública a trabalhar oito horas.
Aquilo que deixa os meus poucos cabelos em pé é atitude deplorável dos sindicatos e de outros agentes políticos perante a matéria. Primeiro, porque não estou a ver a razão objectiva – subjectivas até vejo muitas – para recursos e providências cautelares. A lei é clara, não deixa margens a interpretações manhosas e não constitui qualquer tipo de discriminação entre trabalhadores do privado e do público. O governo legislou – foi, de resto, para isso que os portugueses o elegeram – e não devem ser outras instâncias, por mais legítimas que sejam, a decidir sobre assuntos da esfera politica. Até porque não me lembro – mas admito que a minha memória me esteja a atraiçoar – de ter ido votar para a eleição de qualquer tribunal. Constitucional ou não.
Depois, porque a luta política em redor do assunto é apenas baseada no oportunismo e protagonizada essencialmente por xicos-espertos. Veja-se o recente caso da greve protagonizada pelos trabalhadores dos transportes colectivos do Barreiro contra a aplicação das oito horas de trabalho por parte daquela autarquia. Liderada, recorde-se, pelo partido comunista. Neste caso, a luta contra a imposição do novo horário não terá merecido grande simpatia, muito menos solidariedade, dos sindicatos e pessoal afecto ao poder camarário. Está-se mesmo a ver que a cor política da autarquia não tem nada a ver com isso… os gajos dos autocarros é que devem ser uns beras do caraças de quem ninguém gosta.

Continua. (Amanhã ou noutro dia qualquer…)

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