Os autarcas são conhecidos por, quase todos, realizarem bons negócios. Será o caso do presidente cessante de uma autarquia alentejana que, em fim de mandato, terá adquirido por cinquenta euros o iPad 2, propriedade da empresa municipal lá do sitio, que utilizava enquanto exerceu funções. Traquitana que, parece, foi lançada em Portugal em Março de 2011 e terá um valor de mercado entre os quatrocentos e os quinhentos euros.
Percebo que para o autarca a gerigonça tenha um significativo valor sentimental. Até porque, garante o homem, apenas ele a terá usado e, digo eu, lhe seja desagradável vê-la nas mãos de outro. O que se afigura um tanto estranho é a manifesta diferença entre os valores físico e afectivo da coisa. Embora, justifica, a aquisição do aparelho tenha sido financiada pela União Europeia e, portanto aquilo em termos patrimoniais nada vale.
Estaremos, segundo o senhor em causa, perante um não assunto. Que é normalmente o que chamam àquilo que não interessa que a malta saiba. Coisas de gente que nada mais tem para fazer do que vir para as redes sociais dizer mal de negócios espectacularmente bons. Um descaramento. Uma vergonha, até. E uma falta de respeito e consideração pelo tempo que o homem passou a brincar trabalhar com aquilo.
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