Sou do tempo em que muitas práticas hoje legais ou toleradas constituíam crime ou eram socialmente reprovadas e aqueles que as praticavam, na linguagem actual, discriminados em função do seu comportamento. Outros tempos, outros valores e, seguramente, uma perspectiva muito diferente de ver a vida relativamente à maneira como são hoje encarados muitos conceitos. Ou preconceitos, alegarão muitos.
Recordo-me da legalização do divórcio e de como, antes de ser legalizado, se olhava com desconfiança as pessoas que entendiam colocar um fim ao casamento. Também a legalização do aborto foi uma medida recente e, sabe-se, houve quem tivesse sido presa por o praticar. Até há pouco tempo duas pessoas do mesmo sexo viveram maritalmente seria algo impensável e mesmo quem tinha os gostos trocados não era tratado pela sociedade da melhor forma. Lembro-me ainda do tempo em que alguém apanhado a roubar era de imediato preso. E os exemplos podiam continuar…
Poucos ousarão contestar a tese que a legalização destes comportamentos constituiu um significativo avanço civilizacional. Mas não chega. Há que inovar. Ser ousado e avançar ainda mais. Legalizar, por exemplo, a corrupção. Se hoje corromper, subornar, untar as mãos ou, simplesmente, ofertar um valor simpático – monetário ou de outra natureza - com vista à remoção de um obstáculo às suas pretensões, não é motivo para levar ninguém à prisão e é socialmente bem visto – vide o resultado de alguns actos eleitorais - porque raio a lei não há-de determinar que tal prática é perfeitamente legal?!
Epáa!
ResponderEliminarAgora anda quase tudo às avessas.
O que era ilegal agora á normal,
1 ladrão pode pedir 1 indemnização por ter ficado preso num buraco na nossa casa... As provas deixaram de ser provas se tens 1 bom advogado, etc.
Que se legalise a corrupção e que se viva em anarquia total!
MFCC
A bem da coerência, porque não?
ResponderEliminar