terça-feira, 27 de abril de 2010

O outro lado da praça de touros.

Por muito que custe aos aficionados e outros saudosistas dos tempos áureos que se terão vivido naquele espaço, a recuperação da praça de touros de Estremoz é coisa que não se me afigura como viável. O edifício está em ruínas e qualquer projecto de reconstrução teria de partir do zero. Ou lá perto. 
Reclama-se com frequência que sejam os poderes públicos a intervir e apontam-se sucessivos exemplos do que terá ocorrido em localidades vizinhas, onde espaços semelhantes foram intervencionados e transformados em modernos locais de utilização multidisciplinar. É bom ter presente que a praça de touros é propriedade privada e que é ao legítimo proprietário a quem cabe a responsabilidade de zelar pela sua conservação. Convém igualmente não esquecer que a tourada é um negócio, normalmente da esfera privada, e que são as entidades vocacionadas para esta área empresarial que deverão criar condições para que o mesmo se realize. 
Como em tudo o que possa contribuir para dinamizar a actividade económica local – e, admito, os espectáculos taurinos até podem dar algum contributo – os poderes políticos locais e nacionais não devem ficar indiferentes e é nesse contexto, e apenas nesse, que não acharia chocante ver dinheiro público envolvido nesse negócio. Não directamente mas, por exemplo, adquirindo todo aquele espaço, demolindo as construções existentes e promovendo a recuperação de toda aquela área ligando-a ao parque desportivo do Caldeiro. Tal arranjo urbanístico proporcionaria, para além da integração da zona desportiva na cidade, a aproximação ao centro das novas urbanizações situadas nas traseiras das escolas, com  inegáveis vantagens para moradores e comércio local.
Quanto à praça de touros pode perfeitamente ser construída noutro qualquer local sem os condicionalismos, técnicos e urbanísticos, que a reconstrução da actual forçosamente implicaria. Seria neste aspecto que a autarquia teria um papel determinante, nomeadamente na construção de infra-estruturas ou na concessão de isenções de taxas e impostos à entidade que promovesse a sua construção. Algo que vá para além disso é capaz de ser pedir demais aos contribuintes estremocenses…

3 comentários:

  1. A tua proposta, caro Kruzes, é areia demais para a camineta dos actuais autarcas estremocenses. Uma abordagem integrada é necessária no caso da praça de toiros e em todos os outros problemas existentes no concelho. Infelizmente vamos ter que esperar pela renovação da classse politica que se instalou no poder local em Estremoz e que é a mesma desde 25 de Abril de 1974, só que mudando de partido de vez enquando.

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  2. Como seria bom que os autarcas fossem pela tua ideia, que subscrevo totalmente.

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  3. Se é privado, os privados (donos)que o recuperem, vendam ou lá o que quiserem fazer... E não, mais uma vez o Estado! Porque se for este, nós, o Zé_povinho é quem paga, mesmo que seja para bem da cidade e da Nação!
    Quando dava dinheiro eles (donos) nunca partilharam com o Zé_povinho nem com o Estado, agora que se amanhem!
    Se for vendido que compre o Estada e dê 1 utilidade ao espaço.
    MFCC

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