terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mas afinal não queriam a avaliação?!

Foi com José Sócrates e restante pandilha que o país descobriu as maravilhas da avaliação dos servidores do Estado. De repente toda a gente passou a considerar essencial e absolutamente necessário avaliar o desempenho daqueles que são pagos com o dinheiro dos contribuintes. Mesmo que não se soubesse ao certo porquê ou para quê. O importante, até para dar um ar de evoluído e liberal - no conceito económico do termo – era opinar a favor da dita avaliação. E, na ausência de argumentos consistentes a favor desse desígnio, a justificação era um peremptório porque sim.
Por mim, embora o tema me seja relativamente indiferente, nem acho mal de todo. Embora revele alguma desconfiança e subsistam na minha mente algumas dúvidas sobre se o processo avaliativo não incluirá a análise detalhada de alguns decotes mais generosos, o meticuloso estudo de certas características físicas ou as capacidades evidenciadas noutras circunstâncias que pouco tenham a ver com o objectivo final da avaliação.
Apesar das reservas que estas coisas me suscitam, algumas notícias que de vez em quando vão sendo publicadas encarregam-se de demonstrar que não tenho razão. Mas dão-me, ainda assim, um enorme gozo. Foi o caso de hoje, em que se dava voz à indignação popular por, no caso da PSP e GNR, os objectivos dos agentes ligados à fiscalização do trânsito terem em conta o número de autuações efectuadas. Sinceramente não estou a ver que outro tipo de objectivo pode ser estabelecido para estes profissionais nem percebo a ira mal contida de quem critica os avaliadores que assim procederam. A menos que a populaça, sempre desejosa do quanto pior melhor para a função pública, estivesse à espera que o desempenho dos agentes fosse avaliado tendo por base as velhinhas que ajudam a atravessar a rua ou em função da harmonia das notas musicais emitidas pelo apito de que habitualmente são portadores.

5 comentários:

  1. A avaliação quando surgiu julguei qye ia ser para realmente melhorar certas prestações de serviços, mas não é que veio a piorar?! É o caso de certas repartições públicas em que os funcionários são avaliados através dos "objectivos cumpridos", que é tal os Srs. agentes atender muita gente e fazer muita coisa, não se importando com a qualidade do serviço prestado e se tivermos dúvidas é porque somos burros e não compreendemos à primeira...
    No meu caso, a avaliação veio-me beneficiar, porque, esperta como sou (experiência em muitos anos de serviço) fiz um documento o qual denominei de "Avaliação 2009" e no mesmo escrevia tudo que fazia de importante, metia as datas (no âmbito da mobilidade, propostas e sugestões etc). Nas minhas férias tentaram "lixar-me" (mas a minha eficiência...)e não entregaram um documento oficial em finais de Julho, em Outubro recebo 1 notificação, etc etc na qual eu provo por A + B, que não era a responsável por tal "erro", porque nessas datas estava a gozar férias. Conclusão soube-se quem me veio substituir soube-se quem fez "merd*" e nada se fez...
    Avalaição?!
    Quem inventou, teve uma surpresa...
    A maioria senão todos os professores votaram contra o Sr Sócrates, dai que foi mais ou menos assim: "Virou-se o feitiço contra o feiticeiro". Mas afinal não queriam avaliação?!
    MFCC

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  2. acho que vai haver muita avaliação "pubica".
    TM

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  3. Não a avaliações porra! Se eu fosse governo concordava. e digo mais: por extrapolação (analogia?) pediria aos portugueses a suspensão total destas avaliações ao governo que é uma chatice pegada, só dá trabalho e despesismo galopante!

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  4. A Avaliação de Desempenho como está, apenas serve para a progressão de alguns funcionários, os outros que se lixem!...
    É o que se passa em TODOS os serviços públicos!...
    Compadre Alentejano

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  5. Concordo totalmente com a avaliação de todos os funcionários públicos.
    Vejo coisas em repartições e instituições públicas absolutamente intoleráveis e que seriam motivo de despedimento em qualquer empresa organizada.
    Há demasiada protecção e incompetência na função pública no nosso país.
    Penso que quem faz o seu trabalho bem feito e quem é competente não tem que ter medo de nada nem de nenhuma avaliação, eu sou avaliado todos os dias, há quem não goste, mas a verdade é que também há muita gente que não gosta de trabalhar.

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