Foi,
como se esperava, publicado ontem o Orçamento de Estado para 2013. O
documento é – já se sabia – uma merda. Tal como tem vindo a
acontecer nos últimos anos continua a lixar os do costume enquanto
outros, como igualmente já nos habituamos, vão passando pelas
entrelinhas orçamentais sem apertos dignos de grande registo. Ou
seja, nada de surpresas que justifiquem o alarido que nas últimas
semanas tem ocorrido em torno da promulgação do orçamento ou da
sua eventual inconstitucionalidade.
O
principal problema é que temos de pagar as dividas. Caso não o
façamos ninguém nos empresta um “chavo”. Há, portanto, de
sacar dinheiro aos nossos bolsos. De certeza que haveria outras
maneiras de o fazer, outras áreas onde cortar e outra gente a
sacrificar. O pior é que a “malta” não quer. Acha que devemos
continuar a fazer a mesma vidinha que fizemos nos últimos vinte anos
e que nos conduziu até esta desgraça. Ou melhor. Até admite que se
corte em tudo, desde que não seja afectado. Se as vitimas forem
apenas os funcionários públicos, então, a coisa quase atinge o
êxtase em termos de concordância.
Quando
os mesmos que até há pouco guinchavam contra as reformas douradas
se indignam com os cortes nas pensões mais elevadas, quando ninguém
levanta a voz contra os milhões que o conjunto das administrações
terá estoirado em fogo de artificio ou não falta quem exija que o
Estado continue a financiar a overdose cultural em que o país vive,
está tudo dito acerca das capacidades intelectuais ou da honestidade
com que se discute o Orçamento.
Tenham
paciência. Isto vai doer. Bem-vindos ao clube.
Vai doer sim mas ao mesmos de sempre... e alguma vez Cavaco Silva não promulgaria esta "pouca-vergonha"?
ResponderEliminarEnfim...ainda vai dar muito que falar e vamos aguardar os resultados de Fevereiro ou Março e no que é que isto irá dar. Só queria ser mosca para ver os semblantes deles quando virem os enorme lucros que irão ter...