A notícia
da prematura – aos quarenta e oito anos, para este efeito, é quase uma jove - aposentação da presidente da
Câmara de Palmela não está a suscitar nas redes sociais e na opinião publicada
a costumeira indignação sempre que vêm a publico denúncias de situações
semelhantes. Nem, tão pouco, a inspirar os seus frequentadores para as ofensas
habituais ou os opinion makers cá do sítio
a discorrerem longamente sobre os privilégios dos políticos e outros palhaços.
Não quero acreditar que o facto de a senhora
ser comunista tenha alguma coisa a ver com essa ausência de reacção. Até
porque, também entre a malta da direita, o assunto é tratado com pinças. Ontem
um daqueles indivíduos sempre prontos a reclamar a diminuição das pensões, dos
ordenados dos funcionários públicos e a diminuição dessa praga conhecida por
direitos adquiridos, referindo-se à aposentação da autarca, usou por diversas
vezes o termo populismo para caracterizar eventuais condenações da conduta da
criatura. É, acrescentou, um direito adquirido que ela tem e que não pode ser
posto em causa. Ao contrário do que acontece com os comuns dos mortais,
acrescento eu.
Desde
há um tempo a esta parte nunca mais se falou de reformas douradas. Nem daquelas
verdadeiramente obscenas. Não será por isso de estranhar que esta também passe
pelos pingos da chuva sem, sequer, se salpicar. Os indignados do costume nada
dizem porque ela é uma ovelha do seu rebanho e outros também não porque estão
no mesmo barco. Daí que – e face ao que tenho escrito sinto-me particularmente
à vontade para o afirmar – Parvus Coelho e os seus sequazes tenham toda a razão
ao pretender cortar as reformas mais elevadas. Pecam, isso sim, por cortar
pouco. Lamento a minha falta de sensibilidade social mas não consigo ser
solidário com gente desta ou como o ex-presidente do BCP. Por mais que possa
admitir que os cento e vinte e três mil euros de um mês de reforma, no caso
deste último figurão, que vai perder – se o tribunal constitucional deixar -
lhe dêem muito jeito. As sucessivas manifestações de solidariedade expressas
por comunistas, lutadores das causas sociais, gente do apenas porque não e outros
revolucionários do facebook, já lhes devem chegar.
Um direito que não pode ser posto em causa? Só podem estar a gozar com a malta.
ResponderEliminarConheço um caso, através do meu pai, de alguém que se reformou aos 42 anos (função pública). Desde então, e porque precisava de ocupar o seu tempo, e diz o meu pai, desconhecendo-se os motivos da reforma aos 42 anos, o senhor em questão, precisava de ocupar o seu tempo, que era muito e sendo ainda bastante jovem, resolveu ter mais uma mulher. Portanto tem uma amante há 20 anos. E quem é que paga... ora nem mais.
Estava consignado na lei de 2012 e ela reformou-se ao abrigo da mesma...e olha lá...começa pelo PR e verás quantas reformas foram dadas com idade de tempo de trabalho bem inferior.
ResponderEliminarTodos os políticos quando terminam os mandatos por vezes apenas de 4/8 anos ficam com o quê? Os milhares de funcionários públicos que já saíram ficam com o quê?
Agora a maioria do povo que trabalhou 40 anos e foi muito além dos 65 anos ficam ou estão com o quê?
Olha lá o que agora está hospitalizado tem tido o quê?
Enfim rapaz é o país sem cortes onde deveriam ser feitos...tudo pela bendita política e salvaguarda das eleições que se aproximam.