A comunicação social
nacional deu hoje ampla cobertura noticiosa à acusação do ministério público
contra o ex-presidente socialista da Câmara do Alandroal. Segundo a acusação o
autarca, conhecido pela sugestiva alcunha de João Festança, ter-se-á dedicado a
actividades menos próprias – pecaminosas, digamos - no âmbito de diversas
viagens que terá efectuado durante o exercício do cargo. Tudo isto
alegadamente, claro.
De resto, a
confirmarem-se as acusações porque até ver o homem é inocente, seria
interessante saber se a sua actuação trouxe ou não benefícios para o concelho
que então representava. Ainda que de uma forma pouco ortodoxa ele terá feito
chegar o nome do Alandroal aos lugares mais improváveis. Onde o mais certo é
nunca antes ninguém ter ouvido falar dessa localidade. E o conhecimento, como sabemos,
não tem preço. Paga-se, é verdade, mas isso é outra história que, por norma,
quem vem atrás é que tem de contar.
Embora episódios desta
natureza, a confirmarem-se, não constituam regra nas autarquias nacionais a
verdade é que a sua ocorrência apanha pouca gente de surpresa. Somos um povo de
desconfiados complacentes. Quase sempre, perante passeatas ou outras
iniciativas mais dadas à especulação quanto aos seus motivos, verifica-se uma
enorme tolerância da parte dos eleitores relativamente a estas práticas. Daí
que não surpreenda se nas próximas eleições, a que será candidato, o senhor em
causa volte a ocupar a cadeira do poder. O eleitorado, mais do que as traquinices dos
seus autarcas, zanga-se é com os injustificados privilégios de que desfrutam os
malandros dos funcionários públicos.
P.S - Como isto anda tudo
ligado, recomendo vivamente a leitura dos dois posts anteriores…
650 mil euros é muito turismo sexual...
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