Um
individuo lá por ser jornalista não precisa ser burro. Embora, por
aquilo que vou lendo, parece ser cada vez mais difícil encontrar um
que não o seja. Vem isto a propósito de bacoradas – como se diz
por cá – que frequentemente ouço ou vejo escritas na comunicação
social. É que há coisas que, se escritas por um quase iletrado como
eu num blogue insignificante e sem audiência, não têm importância
nenhuma, mas quando publicadas pelo chamado jornalismo de referência
e alegadamente de qualidade se tornam verdades absolutas.
Uma
conceituada revista, de periodicidade semanal, escrevia numa das suas
últimas edições, num trabalho em que se procurava caracterizar a
função pública em Portugal comparando-a com os trabalhadores da
iniciativa privada, exactamente isto: “...No extremo oposto ao dos
diplomatas, estão os auxiliares, com 747,9 euros, o salário mais
baixo da Função Pública. Em Portugal, estima-se que haja 605 mil
trabalhadores a ganhar o salário mínimo nacional. É outra
diferença "descomunal", como diria Vítor Gaspar”.
Trata-se,
como também diria o ministro das finanças, de uma “enorme”
diferença entre o que muitíssimos funcionários públicos realmente
auferem e o que o autor do artigo menciona. É que, ao contrário do
afirmado, são muitíssimos os trabalhadores da função publica que
ganham abaixo daquele valor. Tal como também não faltam os que
auferem o salário mínimo nacional. Com duas agravantes. Não
recebem nada por debaixo da mesa e descontam mais que os colegas do
sector privado.
Mas
pedir a um jornalista que saiba estas coisas é capaz de ser exigir
demasiado. Afinal, como toda a gente sabe, um jornalista é um gajo
especializado em saber nada acerca de tudo.
Sinceramente acredito no que afirmas, mas tenho dúvidas quanto aos descontos que dizes ser mais que no sector privado...
ResponderEliminarFatyly
ResponderEliminarNo privado desconta-se 11% de TSU + IRS.
No público 11% de CGA + 1,5% de ADSE + IRS
E quem ganha o SMN dificilmente terá dinheiro para beneficiar seja o que for da ADSE porque, o que também nunca se diz, tem de pagar primeiro.