Quando
em Portugal o estado social ainda dava os primeiros passos, a
Alemanha e os países nórdicos costumavam ser apontados como exemplo
daquilo que por cá se ambicionava - um dia, de preferência não
muito distante – poder igualmente usufruir. Lá, dizia-se, um
desempregado gozaria de uma protecção social de tal ordem que lhe
permitiria, se assim quisesse, passar férias no Algarve. Coisa que então, por mais estranho que agora possa parecer, não estava ao
alcance do português médio.
Seria,
provavelmente, verdade. Até porque, uns anos mais tarde, nós
fizemos melhor. Construímos um estado social que nos permite
extravagâncias capazes de envergonhar qualquer boche sem emprego que
se lembre de rumar a terras algarvias. Por cá não faltam
desempregados, reformados que pouco ou nada contribuíram para o
sistema de pensões e beneficiários do RSI a fazer uma vida de meter
inveja ao nórdico dos anos setenta. Férias, empregada doméstica,
apartamentos em zonas balneares ou viaturas topo de gama são apenas
alguns dos pequenos luxos que o estado social lhes proporciona.
Podem,
admito, não ser aos milhões aqueles a quem o país proporciona este
magnifico estilo de vida. Constituem, naturalmente, uma parcela que
nem de longe representa o perfil tisico do desempregado, reformado ou
beneficiário do RSI. São, contudo, mais do que podemos suportar. E
o pior – também o mais irritante – é que consideram que devem
ficar imunes à crise e às medidas que – bem ou mal, não vem ao
caso – têm vindo a ser implementadas e que afectam os restantes
cidadãos. Devem ser direitos adquiridos. Ou coisa parecida.
Tal e qual...e contra esses é o tocas ou cortas!!!!! Que raiva!
ResponderEliminarBeijocas