Lamentava-se, aqui há atrasado,
um dirigente de uma associação representativa dos profissionais das forças de
segurança da situação, dramática segundo ele, que estaria a ser vivida por
alguns dos seus associados e que, alegadamente, colocaria em causa o seu bom
desempenho profissional. Dita assim a coisa podia, de facto, ser preocupante. Temos
de concordar que, na maioria das circunstâncias, quando as forças policiais intervêm,
o caso, já de si, será um drama. Se a isso acrescer uma história dramática que
influencie o comportamento do agente, então, o caldo pode mesmo entornar-se.
Mas não. O assunto tão
dramatizado pelo tal dirigente não merece especial relevância. Trata-se afinal
da dificuldade que alguns polícias e militares da GNR estarão a sentir para pagar
as prestações dos créditos que contraíram. Em certos casos, acrescentava o
cavalheiro, noventa por cento do vencimento estaria já comprometido e que o
restante não dava, sequer, para assegurar as despesas de alimentação.
É verdade que ser autuado
por um agente esfomeado não é das coisas que mais me tranquiliza. Não me parece
é que o assunto assuma o dramatismo que se lhe pretende colocar em cima. As forças
de segurança são, esmagadoramente, compostas por gente competente e que sabe
separar de forma conveniente o trabalho dos assuntos particulares. Não irão por
isso ter agora um comportamento diferente de quando, com dinheiro emprestado, iam
de férias para destinos exóticos, compravam todo o tipo de novidade tecnológica,
trocavam de carro todos os anos ou compraram uma casa toda artilhada e com o
dobro do tamanho do que necessitavam para albergar o agregado familiar.
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