Os empresários da
restauração – taberneiros, como eram conhecidos até há alguns anos –
lamentam-se da taxa de IVA, a máxima, que é aplicada às vendas que efectuam aos
seus fregueses. Terão certamente as suas razões. Logo pelo montante que o
imposto representa no valor do serviço que prestam e, depois, por isso
constituir um factor que pode afastar a clientela dos seus estabelecimentos. Estranhamente
ainda não ouvi queixas, mas devo ser eu que não tenho prestado atenção
suficiente, à forte probabilidade de a elevada carga fiscal que incide sobre
este negócio potenciar uma fuga da freguesia para a economia paralela. O que me
leva a concluir que no sector não haverá fuga ao fisco e que todos são
exemplares cumpridores dessa coisa das obrigações fiscais, ou lá o que é.
A lamúria desta gente roda,
invariavelmente, em torno de uma alegada dificuldade em “pagar o IVA às
finanças”. Confesso, ninguém me manda ser ignorante, que quando ouvi esta
expressão pela primeira vez pensei que existissem problemas nas repartições de
finanças – bichas, avarias, greves ou tragédias diversas - que inviabilizassem
essa pretensão. É que, na maioria dos casos, ninguém sai de um café,
restaurante ou espelunca similar, sem pagar a conta. Onde, cuidava eu, estaria incluído
o IVA. Parece, afinal, que tenho andado enganado estes anos todos e que a coisa
não funciona bem assim. A julgar pela conversa ao valor pago pelos clientes
acrescerá, então sim, o imposto. E é precisamente essa importância – 23% - que
os bons dos taberneiros dos tempos modernos se vêem à rasca para arranjar.
Pois. Compreendo a dificuldade.
A inocência desta classe
é comovedora. A julgar pelos seus lamentos parecem acreditar piamente que uma
redução da taxa de imposto iria melhorar o seu negócio. Talvez tenham alguma
razão. Mas para quem está convencido que é ele que paga o IVA, ainda que este
baixasse para zero, dificilmente reduziria os preços. E quem pensa o contrário
que faça um pequeno esforço de memória e tente lembrar-se do que foi, neste
sector, a transição para o euro…
Concordo e discordo ao mesmo tempo com o que dizes:
ResponderEliminar- Sim ao irmos a um restaurante, café, bar ao consumirmos pagamos o IVA que deveria ser logo canalizado e ou guardado para as Finanças, e maioria não o faz pelo que "dizes nas entrelinhas".
- Não, como eu há milhares e milhares que raramente, mas muito raramente almoço ou janto fora (excepto se me pagarem e vamos sempre para o menú da crise:)) nota-se e bem no aumento dos preços.
Basta ver e aqui ainda resistem 4, que em termos de clientela passaram do 8 para o 80...e jamais são o que já foram.
- Sim na transição para o euro...muitos fizeram um bom pé de meia...porque grão a grão enche a galinha o papo.
Um abraço rapaz