Há quem defenda a necessidade imperiosa de despedir cem mil funcionários
públicos como única maneira de equilibrar as contas do país. Outros cortes,
teorizam, pouco ou nada adiantam. Talvez tenham razão. Mas, à cautela, por mim
despedia duzentos mil. Só para ter a certeza que a medida resultava mesmo.
Não faço a mínima ideia quantos sejam, mas assessores, especialistas e
outros serviçais que pululam por todos os níveis da administração pública
seriam – só para dar o exemplo – os primeiros a receber guia de marcha. Dada a
irrelevância da poupança seguir-se-iam os consultores, os gajos dos projectos,
dos outsourcing´s e “empresas” cujo único cliente é o Estado. Coisa para
envolver, assim por alto, mais umas dezenas de milhar de “funcionários”. Como,
muito provavelmente, os ganhos ainda não seriam os pretendidos podia continuar com
as construtoras que sobrevivem à conta das obras inúteis. Lá teriam de regressar
aos seus países de origem mais uns quantos “funcionários”. É a vida.
Ainda assim não teria obtido os milhões necessários nem atingido o
objectivo de pôr no desemprego duzentas mil almas. Haveria, portanto, de cortar
mais. As próximas vítimas seriam os artistas “funcionários” que vão percorrendo
o país a fazer espectáculos pagos com dinheiro público. Com toda a estrutura
que mantém esta festa nacional a funcionar deve ser possível poupar mais umas
dezenas de milhar de empregos suportados pelo Estado. Temos pena.
Por fim a educação. A vaca sagrada onde todos têm medo de tocar.
Terminavam de imediato as chamadas “actividades extra-curriculares”. Por serem
isso mesmo. Extra. Trata-se de uma invenção com meia-dúzia de anos, que custa
para cima de um dinheirão aos portugueses e pouco mais servem do que para os
papás terem os meninos entretidos. Importante é manter a parte curricular. De
resto se não há dinheiro não há luxos.
Se ainda assim não chegasse – e não chegava, de certeza – podiam sempre
mandar para casa aqueles funcionários que os políticos contratam para ajudar os
dois trabalhadores, já existentes na entidade, que fazem o serviço que podia
ser feito por um.
5***** e subscrevo inteiramente.
ResponderEliminarDevias enviar à TROIKA e ao Cavaco.
As pessoas não suportam mais impostos mas os funcionários públicos suportarão o desemprego! As pessoas não suportam mais impostos mas os mais desprotegidos suportarão os cortes das prestações sociais!
ResponderEliminarConclusão, os funcionários públicos e os mais desprotegidos não são pessoas!
Um abraço por um país onde até os pobres sejam pessoas