sábado, 6 de outubro de 2012

O passado que fique lá atrás...



Tenho a sensação, de há tempos a esta parte, que no tradicional mercado das hortaliças, frutas e legumes – e de outras coisas – dos sábados de manhã, em Estremoz, haverá cada vez mais gente a vender e a comprar. Pode ser da crise, dos preços mais em conta relativamente às grandes superfícies ou apenas da minha vista, mas, semana após semana fico com a impressão de que há sempre mais um vendedor a tentar o seu negócio. Isto após muitos anos em notório declínio, em que era visível a diminuição de vendedores e de compradores e em que o lugar abandonado, normalmente por morte ou velhice do seu detentor, ficava vazio por muito tempo.
O futuro dirá se a minha percepção corresponde ou não à realidade. Por mais estranho que possa parecer espero que não. Desejo mesmo estar redondamente enganado. Seria um sinal de retrocesso civilizacional e que parte da população do concelho teria de voltar a viver – ou sobreviver – da terra, como nos tempos da miséria e da pobreza de que alguns se mostram saudosos. Bonito seria apenas para os turistas e para aqueles que, de barriga cheia e bem instalados na vida, acham importante preservar aquilo que chamam “tradição”. Principalmente quando a podem olhar do alto sem necessidade de a viver.

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