Tenho a sensação, de há
tempos a esta parte, que no tradicional mercado das hortaliças, frutas e
legumes – e de outras coisas – dos sábados de manhã, em Estremoz, haverá cada
vez mais gente a vender e a comprar. Pode ser da crise, dos preços mais em
conta relativamente às grandes superfícies ou apenas da minha vista, mas,
semana após semana fico com a impressão de que há sempre mais um vendedor a
tentar o seu negócio. Isto após muitos anos em notório declínio, em que era visível
a diminuição de vendedores e de compradores e em que o lugar abandonado,
normalmente por morte ou velhice do seu detentor, ficava vazio por muito tempo.
O futuro dirá se a minha
percepção corresponde ou não à realidade. Por mais estranho que possa parecer
espero que não. Desejo mesmo estar redondamente enganado. Seria um sinal de
retrocesso civilizacional e que parte da população do concelho teria de voltar
a viver – ou sobreviver – da terra, como nos tempos da miséria e da pobreza de
que alguns se mostram saudosos. Bonito seria apenas para os turistas e para
aqueles que, de barriga cheia e bem instalados na vida, acham importante
preservar aquilo que chamam “tradição”. Principalmente quando a podem olhar do
alto sem necessidade de a viver.
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