O anúncio de que uma
parte – ínfima, diga-se – do IVA suportado vai passar a ser dedutível em sede
de IRS, bem como a obrigatoriedade de emissão de facturas em todas as
transacções, tem suscitado um conjunto de reacções curiosas. Por mim aplaudo
esta iniciativa, ainda que lamente o valor miserável que se pode deduzir e o
atraso com que uma medida destas, da mais elementar equidade, vai ser posta em
prática. Embora, para me vingar do que o Estado me rouba, vá continuar a
prescindir de factura sempre que isso implique um acréscimo no custo do bem ou
serviço que esteja a adquirir. É, reconheço, uma incoerência. Mas, garanto, com
a qual convivo bem.
Surgem-me, no entanto,
muitas dúvidas quanto à implementação da obrigatoriedade de emitir uma factura
por cada transacção comercial. A restauração já avisou que não está com intenção
nenhuma de cumprir a lei. Era só o que faltava, dizem, estar a facturar cada
café, pastel de nata ou rissol de camarão que os clientes consomem nas chafaricas.
Depois há os espaços como o que a imagem documenta. Ali, local por excelência
da economia informal, nunca será possível exigir qualquer tipo de formalismo.
Nem mesmo revistando os compradores à saída.
É por isso – e também
pelo nosso espírito tolerante para quem foge ao fisco – que não acredito que
esta medida traga para o sistema um maior volume de contribuição fiscal. Daí
que já estou como o outro. O melhor é legalizar a prostituição e o consumo de
droga. Desde que as profissionais do sexo passem recibo pelos serviços
prestados e a droga seja vendida com factura. Tudo com IVA à taxa máxima e a
deduzir no IRS, evidentemente.
Tive que rir com esta teu explanar de ideias que concordo:)
ResponderEliminarIsto é a prova cabal de uma idiotice sem limites de um desnorte sem precedentes!
Somos tolerantes neste assunto, sim. Estamos de acordo quanto ao resto, também.
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