domingo, 22 de julho de 2012

Importa-se de repetir?!


Receio não estar a perceber plenamente o conteúdo da notícia. A acreditar no texto publicado na página on-line de um jornal da região centro, um político da zona terá confessado uma infracção à lei para, segundo o próprio, uns quantos comensais poderem almoçar. Acrescentando ainda, segundo a mesma fonte, que o faz repetidamente. Referindo-se ao acto de infringir, claro. Embora eu manifeste desde já – ainda que sem provas – as mais convictas suspeitas que o homem também é gajo para almoçar todos os dias mesmo sem, por isso, violar qualquer tipo de legislação.
Ora, a ser verdadeira, esta declaração é deveras inquietante e revela-se de particular gravidade. Significa que as leis da república são desprezadas e que o seu incumprimento não constitui motivo para preocupações. Antes pelo contrário é exibido publicamente como se quem o pratica fosse uma espécie de herói. Recorde-se que um dos artigos da lei que o autarca em causa alega ter violado diz, textualmente, o seguinte: “Os titulares de cargos políticos, dirigentes, gestores ou responsáveis pela contabilidade que assumam compromissos em violação do previsto na presente lei incorrem em responsabilidade civil, criminal, disciplinar e financeira, sancionatória e ou reintegratória, nos termos da lei em vigor.”
Se calhar o senhor terá sido mal-interpretado. Ou, tratando-se de um almoço, poderá ser algo a falar por ele. Quiçá, até, o problema possa ter estado no gravador. Sabe-se que esses aparelhos são muito traiçoeiros. Um certo deputado - cujo nome não me recordo, mas que também não interessa nada - que o diga.

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