quinta-feira, 23 de junho de 2011

Como exemplo não está mal...falta o resto!


Embora aplauda a decisão de não nomear governadores-civis, apenas lhe reconheço algum mérito se, daí, resultarem consequências e os dezoito representantes do governo, bem como o inevitável gabinete de apoio pessoal, cessarem efectivamente funções e rumarem a outras paragens. Se assim não acontecer estaremos apenas na presença de uma tentativa de dar o exemplo de contenção e de austeridade. O que, constituindo um sinal interessante, é manifestamente pouco.
Não falta quem entenda este anuncio como uma cedência ao populismo fácil. Os mesmos, provavelmente, que justificam outros cortes com pragmatismo. É verdade que a poupança não será grande. Nem, tão-pouco, será por esta via que os cofres do Estado estancarão a sangria de recursos públicos. Mas, para além de constituir o primeiro passo para o fim de uma estrutura de utilidade mais que duvidosa, é bom que se façam outro tipo de contas. Nomeadamente que apenas os vencimentos e encargos dos governadores-civis e respectivo staff equivalem à transferência anual, prevista no Orçamento do Estado, para mais de cem freguesias. As tais que - é bom não esquecer - a troika e os partidos que assinaram o acordo, se preparam para extinguir.

3 comentários:

  1. Sinceramente não sou a favor da extinção dos governos civis e muito menos de freguesias que são o único meio de ligação à população, e acho que prestam serviços bastante úteis! Talvez uma boa medida fosse transferir algumas valências e funções para os governos civis e centralizá-las mais, do que dispersas como hoje estão por 3 ou 4 organismos que muitas das vezes não se entendem...

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  2. Se de facto não forem para outros tachos, poupa-se e muito, porque e basta ir à Wikipédia e ler isto:

    "As funções dos governos civis têm vindo a decrescer desde a sua criação em meados do século XIX. No início tinham um competência alargada de representação do governo central e de coordenação de todos os serviços do Estado localizados no seu distrito.

    Atualmente funcionam na prática como uma simples delegação do Ministério da Administração Interna. Dentre as funções de um governo civil encontram-se a emissão de passaportes, a segurança pública, a proteção civil e a gestão de processos eleitorais."

    Subscrevo o que dizes!

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  3. Penso que a razão principal para esta medida é a mensagem que passa para quem está nos muitos organismos que se sabem ser supérfluos e que estão destinados a serem extintos. Quem lá está faz melhor em começar a procurar outro emprego, antes que todos os outros o façam. E assim, o problema vai começando a resolver-se por si.

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