quarta-feira, 16 de março de 2011

Que parvos que eles são!

Tenho manifesta dificuldade em perceber os economistas. O problema será, obviamente, meu. Longe de mim questionar as teorias económicas fantásticas que desenvolvem e que, supõe-se, um dia produzirão os efeitos desejados. Sejam eles – os desejos – quais forem. Isto, se calhar, tem mais a ver com a indómita vontade de dizer mal “de tudo e de todos apenas por dizer”, com que presenteio os leitores que têm o azar de aqui vir parar. 
Mas escrevia eu, não entendo os gajos que se dedicam a estudar essas coisas da economia. Em tempos não muito distantes, argumentava essa gente que para reduzir o défice era imprescindível, entre outras coisas, reduzir salários e aumentar impostos. Se assim não fosse os mercados, esses papões dos tempos modernos, exigiriam um preço cada vez mais alto pelo dinheiro que nos vendem e as agências de notação financeira baixariam o nosso rating. Ou seja, desceríamos na consideração deles. Coisa que, como se sabe, não deixou de acontecer apesar dos cortes nos vencimentos, da subida de quase todos os impostos e da retirada de apoios sociais instituídos ainda no tempo da outra senhora. A tal que, recorde-se, explorava e mal tratava o povo. 
Apesar de parecer evidente a gente – menos aos economistas, claro – que as consequências das medidas tomadas iam ser as que estão à vista, ainda há quem se surpreenda por, mais uma vez, a consideração que as tais agência têm por nós voltar a descer. O argumento para mais esta quebra de confiança, terá a ver com o facto de as medidas de contenção da despesa estarem a inviabilizar o crescimento da economia. 
Estou, confesso, sem palavras. Curvo-me, até, perante tão brilhante e inesperada conclusão. Acho que, só para chatear, vou ponderar a hipótese de ora em diante passar - lá muito de vez em quando que isto não convém exagerar – a dizer bem de alguma coisa. E talvez comece pelos economistas.

1 comentário:

  1. indómita vontade de dizer mal “de tudo e de todos apenas por dizer”, com que presenteio os leitores que têm o azar de aqui vir parar.
    ...........
    digo-te que ainda bem que vim aqui parar e antes de começar a comentar li de fio a pavio, conforme faço em todos os blogues que leio, parados são substituidos por outros.

    Tudo o que dizes não é apenas por dizer, é a tua verdade e leitura desta podre cena teatral portuguesa juntamente lá nos europa:)

    Gargalhei no post anterior e neste tive que sorrir, por favor a "outra senhora" que não apareça...mas digo-te que subscrevo tudo que escreveste, mas ao contrário de ti há muito que eu dizia e digo bem de alguns economistas, alguns bem longe da política!
    Força aí e nunca deixes de escrever!

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