domingo, 13 de março de 2011

Broncos

O país poderá estar a horas de assistir a mais um bloqueio levado a efeito por uma dúzia de broncos que, por terem um veiculo de grandes dimensões e capaz de sozinho bloquear uma estrada, se arrogam no direito de achar que os restantes portugueses têm o dever de suportar parte dos custos de exploração da sua actividade empresarial. 
Apesar das suas pretensões não fazerem qualquer sentido, serem altamente lesivas para todos e poderem constituir um gravíssimo precedente que pode - deve, aliás - ser seguido por outros sectores igualmente afectados pela subida de preço das matérias primas, acredito que o governo acabará por lhes fazer a vontade e ceder às suas reivindicações. Tal como aconteceu da última vez que bloquearam o país e tornaram os portugueses reféns da sua causa. Recorde-se que então, durante os dias em que durou o acto criminoso que praticaram, o executivo do alegado engenheiro não deu sinais de vida. Esteve calado, escondido e com medo. O que não admira. Ser arrogante com os fracos e submisso com quem ostenta alguma espécie de poder é próprio dos cobardes. 
Não se pode confundir este tipo de acções com outras "lutas" agora - de novo - tão em voga. Nem, perante elas, reagir da mesma maneira. Impedir a circulação de pessoas e bens é ilegal, ilegítimo e merece ser punido severamente. Aquilo que espero é que o governo aja em conformidade e que mobilize a guarda, a policia e o exercito para desimpedir estradas enquanto, simultaneamente, ordene às Finanças fiscalizações aos escritórios das "empresas" que participem nos bloqueios. Se assim não fizer, então que se vá embora.

5 comentários:

  1. Meu amigo isto tem de rebentar por algum lado ou alguém tem que pôr travão a um governo que só cobra impostos sempre aos mesmos e deixa que os seus "queridos amigos façam o que querem e subam sem qualquer controlo" no que toca à REN, GALP, SMAS, CP e imensos SERVIÇOS PÚBLICOS pagos a peso de ouro!

    "se arrogam no direito de achar que os restantes portugueses têm o dever de suportar parte dos custos de exploração da sua actividade empresarial"????

    claro que se os bens alimentares e não só vêm e vão por terra, através do que apelidas de "broncos", mas temos e exportamos o que necessitamos ou não? e se deixarem subir ainda mais os combustíveis e as portagens, aí sim pagaremos todos nós esses custos, porque nenhum parvo abre um empresa para ter prejuízo e muitas que dão...hum aqui será outro assunto!
    Quem mandou o governo fazer contratos absurdos com...por exemplo Líbia? Havia e há outros né? pois é!

    Da última vez resultou, muitos ficaram reféns é certo...mas os combustíveis baixaram e se baixaram...vai lá rever os escritos da época!!!

    ou então é preferível ficarmos sufocados de vez com a vinda do TGV e mais auto-estradas ou diabo a sete?!

    Quanto à manifestação de ontem, sinceramente do pouco que vi...mais parecia um desfile de carnaval e tudo muito bem disposto!!!

    É a minha opinião...

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  2. O meu ponto de vista é este: Para as empresas de camionagem o custo do combustível é um custo de produção que eles incorporam no preço dos serviços. Se os factores de produção aumentam o preço final do produto ou serviço prestado aumenta igualmente e isso é repercutido ao consumidor/cliente. É a mais elementar lógica de mercado. Quando sucede o inverso não consta que eles andem por aí a fazer donativos ao Estado...

    No entanto se quiserem fazer greve, fechar as empresas ou protestar de forma civilizada - como aconteceu ontem - então muito bem. Não lhes reconheço é o direito de impor que outros que queiram trabalhar não o possam fazer e ainda menos admito que limitem a minha liberdade de circulação.

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  3. Concordo plenamente. Mas os valores estão pervertidos e não há quem ponha cobro a tanta insanidade junta.

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  4. kk
    Sim, agora percebi bem o "funcionamento da coisa" e concordo inteiramente sobretudo com com o teu segundo parágrafo, porque noutro contexto sou totalmente contra as greves na CP que além de fazerem greve após a cobrança dos passes, os vencimentos estão garantidos e só prejudicam o povo.
    No caso de há 3 anos, vi imensos automobilistas que como eu passei sem qualquer problema numa ida à filha que é 1 h de auto-estrada e as filas de camiões perdiam-se de vista e todos encostados.
    O incómodo que tive, como muitos, foi não ter como abastecer o carro, porque nas bombas as reservas foram a zero, embora encontrasse uma ou outra.

    Agora se esta é para todos pararem, ou provocarem a paragem de todos...aí acho uma falta de democracia, porque a minha liberdade termina quando começa a do outro e sou livre de optar por aderir ou não, até mesmo que tivesse um camião nas mãos!

    O meu obrigadão e um beijo de boa noite

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  5. O meio rodoviário é mais caro e mais poluente. Num país com uma importante industria de Turismo e estradas à medida, é uma tolice ver tantos camiões na estrada, estragando-a e empatando o trânsito. Os transportes (de pessoas e mercadorias) deveria fazer-se, prioritariamente, através do meio ferroviário. Os políticos corruptos, ao serviço do lobby do betão e do alcatrão, vão desfazendo a ferrovia e vão alimentando os galifões referidos e estes trastes dos transportes rodoviários. Isto tá tudo ligado. Quanto à greve, é uma greve de patrões. Não se reivindicava ali nada parta os motoristas assalariados, apenas o lucro dos patrões. E, obviamente, não têm direito a impedir quem quer trabalhar. Num país a sério, o apelo feito Às autoridades, frente às câmaras da TV, levaria à prisão por incitamento à desordem pública, do caramelo que defendia que a polícia devia desencorajar a circulação de quaisquer veículos pesados de transporte sob risco de sofrerem represálias. Vai lindo, isto.

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