Penso que será suficientemente claro para quem me lê que sou contra o aumento de impostos. Pelo menos daqueles impostos que incidem sobre bens ou serviços essenciais e os que penalizam em demasia o trabalho ou o lucro. Daí que a alegada intenção do PSD de aumentar o valor da taxa máxima do IVA, para vinte e quatro ou vinte cinco por cento, me pareça um disparate. Contudo, ainda assim, um disparate bem mais pequeno que subir novamente o IRS – mesmo que pela via da limitação das deduções – como era pretendido pelo (des)governo do pretenso – e simultaneamente pretensioso – engenheiro diplomado ao sétimo dia. Da semana. Ou de curso, não sei ao certo.
Uns quantos arautos e defensores dos pobres e oprimidos, curiosamente todos do PS ou apaniguados socretinos, já manifestaram publicamente a sua indignação por esta hipotética proposta. Para eles – e também para muita outra gente que não venera o reles líder – entre aumentar o IVA ou o IRS não têm dúvidas em optar pelo segundo porque, garantem, o primeiro é mais penalizador para quem menos tem.
Por mim, que não percebo nada disto, parece-me que não será bem assim. Tomemos como exemplo um salário ou reforma de seiscentos euros. O aumento de 1% em sede de IRS representará um prejuízo de seis euros ou de doze, no caso da subida ser de 2%. Já na remota e muito afastada hipótese do pensionista ou trabalhador gastar os mesmos seiscentos euros em bens taxados actualmente a 23% de IVA, a subida de um ponto percentual representaria um acréscimo de despesas de 3,93 euros ou, se o aumento chegar aos 2%, de 7,81 euros. Não me parece difícil de perceber qual o imposto mais penalizador...Ou então sou eu que não sei fazer contas.
Poderá argumentar-se que as pensões mais baixas e quem ganha o salário mínimo ou que anda lá perto, não pagará IRS. Será. Mas também não será menos verdade que quem ganha valores dessa ordem pouco mais poderá comprar do que bens sujeitos à taxa miníma ou, quando muito, intermédia. O que inclui assistir a “espectáculos, provas e manifestações desportivas e outros divertimentos públicos” que, como se sabe, são taxados a seis por cento. Não é fantástico?
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