domingo, 20 de março de 2011

E haverá quem queira comprar?!

Não sei se a privatização dos Correios estará ou não na agenda politica. Provavelmente sim. Talvez até o primeiro passo nesse sentido tenha sido dado quando, já lá vão uns anos, um esparveirado qualquer – nem vou dizer que foi o Sócrates porque eu não sou de intrigas – se lembrou de presentear cada português com uma caixa de correio electrónico. Medida que, como certamente todos se lembrarão – em especial os apaniguados da criatura – se enquadrava no âmbito de um dos muitos planos para modernizar e desenvolver o país. Anunciada com a habitual pompa e a adequada circunstância, foi mais uma daquelas trapalhadas que alia o emblemático ao inútil e serve para ilustrar a patetice institucional que vai cobrindo o país de ridículo. 
A maneira de comunicar entre as pessoas mudou assustadoramente nos últimos anos e hoje a importância dos Correios em nada se assemelha à que já deteve em tempos idos. Pouco daquilo que é feito pela empresa se revela como indispensável à vida dos portugueses e, num futuro que não tardará a chegar, os serviços que hoje alguns ainda consideram essenciais tornar-se-ão obsoletos. É a vida, como diria o outro.
Se, porventura, esta empresa pública chegar a ser privatizada tenho curiosidade em saber se quem a adquirir vai manter o mesmo número de administradores, as mesmas regalias e privilégios de que desfruta uma imensa panóplia de gente dentro de uma empresa que, embora não pareça, ainda é pública. Não me parece que o Belmiro, o Amorim ou outro badameco qualquer, esteja disposto a colocar uma viatura descaracterizada à disposição de um simples e pouco qualificado quadro intermédio, para que este se passeie pelo país – quiçá, até, pelo estrangeiro - ao fim de semana com a família.

1 comentário:

  1. Se, porventura, esta empresa pública chegar a ser privatizada tenho curiosidade em saber se quem a adquirir vai manter o mesmo número de administradores, as mesmas regalias e privilégios de que desfruta
    ....................
    pois é, pois é...e o mesmo aplica a outras empresas públicas cujos administradores já querem dar à sola com tudo o que têm direito e até com o que não têm.

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