segunda-feira, 21 de março de 2011

Falidos mas sem vontade de andar a pé

Não partilho da benevolência com que hoje têm sido tratados na comunicação social, nos blogues ou nas conversas de café, os tratantes que abastecem o carrinho nas estações de serviço e que se retiram estrategicamente sem efectuar o pagamento do bem que acabaram de adquirir. Nem mesmo aquele - velho e parvo - argumento do ladrão que rouba outro ladrão ter uns quantos anos de perdão me faz ter mais simpatia pelos cento e trinta gatunos que, diariamente, entendem ter direito a combustível à borla. 
Andar de popó, ao contrário de comer ou de qualquer outra coisa da qual dependa a sobrevivência, não é algo sem o qual se não possa viver. Embora, pela quantidade absolutamente estúpida de automóveis que circulam em qualquer cidadezinha, pareça exactamente o contrário. Por mais PEC's que o alegado engenheiro e sua camarilha tratem de aplicar aos portugueses, não adianta, do automóvel é que eles não prescindem. Nem que para isso tenham que roubar a gasolina. 
Viver de forma honesta com pouco dinheiro é uma realidade desconhecida para muita gente e que muito dificilmente entrará nos hábitos de vida de uma significativa faixa da população portuguesa. Foram – e para alguns vai continuar assim - muitos anos de vícios sem que tivéssemos os necessários recursos para os sustentar. Deve ser por isso que elegemos sempre os mesmos. Afinal, se calhar até sabemos escolher os melhores de nós para gerir o estilo de vida que nos dá jeito...

4 comentários:

  1. Haja quem me compreenda!!!

    Obrigada por este post.

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  2. e se calhar tem mesmo razão.

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  3. Subscrevo totalmente e realço este teu parágrafo:

    Viver de forma honesta com pouco dinheiro é uma realidade desconhecida para muita gente e que muito dificilmente entrará nos hábitos de vida de uma significativa faixa da população portuguesa.

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  4. tambem nao percebo esta obseção por um automovel, e as filas nas bombas do jumbo?!!!! lol

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