Até há pouco tempo era politicamente correcto odiar George Bush. Quem não o fizesse não passava de um analfabeto politico, um indigente mental, quiçá, até, uma verdadeira besta. Claro que não foi nada disso que impediu o homem de obter a confiança dos eleitores americanos, ser reeleito e apenas ter deixado o poder porque não podia, legalmente, candidatar-se. A justificação, fácil e óbvia, é que aquela malta lá da América é toda estúpida. Pelo menos é o que garantem uns quantos iluminados que abominam tudo o que vem dos States. Embora, nesta como noutras matérias, a sua voz não suba a alturas significativas.
Órfãos do inimigo Bush e ainda sem coragem para atirar a primeira pedra ao seu sucessor – dizer mal de um preto, mesmo que seja Presidente do país que mais odeiam, é quase um sacrilégio - encontraram finalmente um líder ocidental - condição sine qua non para ser merecedor do ódio da intelectualidade - em relação ao qual podem destilar todo o azedume que os consome.
Enviar de regresso ao seu país cidadãos estrangeiros que se dedicam a práticas ilegais, não trabalham e são potencialmente geradores de insegurança parece-me uma prática de todo louvável. Que, de resto, se impõe. Até porque não há alternativa. Não acredito que a França ou qualquer outro país tenha possibilidade, queira ou seus habitantes aceitem sustentar um número cada vez maior de mendigos, oportunistas ou mesmo gente séria e honesta de outros países. Embora, com a actual facilidade de circulação de pessoas no espaço europeu, a eficácia desta politica seja altamente questionável.
Curiosa é a maneira como esta malta, simultaneamente culta, humanista e quase sempre de esquerda, escreve sobre estas coisas nos jornais e blogues ou discursa quando lhes aparece um microfone por perto. Para eles o Sarkozy é um imbecil e esta é uma politica criminosa destinada a aumentar os seus níveis de popularidade. Ou seja, eles não duvidam que estas medidas são do agrado da esmagadora maioria da população francesa que, portanto, padecerá igualmente de imbecilidade.
Desconfio, no entanto, que todas estas criticas não são mais que a necessidade que este tipo de gente sente de marcar a sua posição. Lá bem no fundo, quando ninguém os ouve, eles estarão de acordo com o Sarko. É que não se consta que em França andem a esconder romenos ou búlgaros nos quintais, nem que por cá já alguém se tenha oferecido para acolher uns quantos expatriados. Afinal Aristides Sousa Mendes houve só um e parece não ter deixado seguidores. Pelo menos daqueles que se deixem de conversas e acolham em casa um desses cidadãos encantadores.
Não ponho nem retiro uma virgula e subscrevo totalmente.
ResponderEliminarDirei apenas o que já disse algures: quantos portugueses já foram expulsos de outros países e quantos estrangeiros Portugal já expulsou? Com uma excepção... o Sarko deu 300 euros a cada um e fora...
Ouvi uma entrevista de muitos( não só ciganos) que são totalmente "a favor" porque lutaram muito para se integraram, que trabalham, fazem os seus descontos e acatam as leis dos países que os acolheram.
Por ironia, das ironias...eu sou uma delas, made in Angola, fui ao Brasil e vim...e cá estou completamente integrada há 30 anos:)
Várias vezes critiquei o Bush, achava-o acima de tudo imbecil, um autêntico homem de Neanthertal, inculto e arrogante.
ResponderEliminarNão quer com isso dizer que não seja fã dos Estados Unidos, principalmente no que diz respeito à justiça e que não admire as medidas recentemente tomadas na França por Sarkozy.
Houvesse coragem para se fazer o mesmo em Portugal com todos os clandestinos, mas se Sócrates seguisse os passos de Sarkozy parace que estou a ver a Avenida da Liberdade intransitável durante meses com as manifestações da esquerda radical.