quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eles que ponham mas é a mãe deles a render

Não consigo evitar um sorriso quando deparo com comentários a defender, como mais uma medida de redução da despesa, a extinção de Municípios do interior como Barrancos, Borba ou outros de reduzida expressão populacional. A opção é, quanto a mim, curiosa e revela uma opção simplista ao melhor estilo socrático de acabar com o que é pequeno e, em termos financeiros, irrelevante. 
Todas estas localidades tem um identidade própria, um território perfeitamente demarcado e são as Câmaras Municipais, quase sempre, as únicas instituições que mantém viva a terra e são elas a razão de ainda ir restando alguma população por estas paragens do interior. Se calhar, digo eu assim de repente, era capaz de fazer mais sentido e causar um impacto muito mais significativo no equilíbrio das contas públicas extinguir os municípios da Amadora, de Odivelas ou da Moita. Até porque, como não serão muitos os que sabem onde começam ou acabam estes concelhos, seriam poucos os que notariam a diferença se os mesmos deixassem de existir e fossem, provavelmente com vantagens de toda a ordem, integrados nos concelhos limítrofes. 
O que parece estar fora de questão, pelo menos ninguém ousa mencioná-lo, é o encerramento de instituições públicas, daquelas que desempenham um papel importantíssimo – quiçá decisivo - na sociedade portuguesa. Como, por exemplo, a Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género ou o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural. Que seria de nós sem eles?!

2 comentários:

  1. Apesar de morar na Amadora concordo em absoluto com o que está escrito até porque acaba por ser o "elo" de ligação ao Poder Central que de outra forma resultaria, como já está a ser, no total abandono das localidades mais afastadas no caso as escolas e os Centros de Saude

    ResponderEliminar
  2. Apesar de não morar na Amadora, subscrevo totalmente o comentário de F Nando!

    ResponderEliminar