quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Luzinhas milagreiras


Ainda não vai assim tão distante o tempo em que o país desbaratava euros aos milhões a iluminar festivamente os centros das cidades, nomeadamente nas áreas de maior concentração de estabelecimentos comerciais, por ocasião da quadra natalícia. Hoje os gastos em luzinhas de Natal estão muito mais comedidos e aqueles que continuam a insistir neste esbanjamento de dinheiro são já um número muitíssimo menor por comparação ao que ocorria há dois ou três anos. Ainda assim, uma meia-dúzia de esbanjadores de dinheiro dos outros continua a fazer a mesma vidinha e a esturrar, impunemente, os recursos que não temos ou que podiam ser usados em coisas realmente úteis.
Os argumentos em defesa das iluminações de Natal – as das ruas, claro – são absolutamente fantásticos. Há quem acredite que isso fará com que as pessoas comprem mais no pequeno comércio e ajudem a dinamizar a economia da sua terrinha. Ainda que não tenham dinheiro. Deve ser uma espécie de milagre. Assim do género da multiplicação dos pães dos tempos modernos, que faz aumentar o número de notas na carteira dos cidadãos que por elas forem iluminados. Cada um acredita no que quer. Não tem é o direito, pelo menos moral, de o fazer à nossa conta. 

3 comentários:

  1. Fica bonito, deixa lá. Natal que é Natal tem que ter luzinhas. :)

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  2. Subscrevo inteiramente e quanto vai gastar o O Jardim da Madeira? Ah pois...mas como é da cor do do "manda-chuva"...assobia-se para o lado e o povo é que paga...o de cá porque ao de lá ele não irá cobrar nada!

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  3. É uma das provas vivas que muitos continuam a viver em negação.

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