Notícias inquietantes
dão-nos conta do aumento de homicídios entre casais desempregados. Apesar da fraca
capacidade para me surpreender sempre que nos factos noticiados há portugueses
envolvidos, desta vez fiquei, confesso, para lá de espantado com tão estranha
revelação. Cuidava que ia suceder exactamente o inverso. Que, ao contrário do
que estará a acontecer, em lugar de morrer gente iríamos assistir a um baby-boom. Resultado – lá está a minha ignorância
em constante produção de ideias parvas – do maior tempo que os membros do casal
iam passar um com o outro, da provável falta de dinheiro para a tv por cabo e
da ausência de guito para outro tipo de diversões, acreditava que estariam
reunidas todas as condições para o número de quecas aumentar exponencialmente.
Enganei-me, pelos vistos. O engalfinhanço, afinal, é de outra natureza e muito
mais trágico.
O paragrafo anterior mais
não é, evidentemente, que uma tentativa de graçola com pouca piada envolvendo
um assunto que devia preocupar a todos mas a que poucos ligam. O envelhecimento
da população e a desertificação de todo o interior do país. Causa-me especial
inquietação a falta de visão estratégica e a incapacidade dos políticos –
principalmente os autarcas, por serem os que estão mais perto do problema – em,
sequer, reconhecer a existência de uma situação dramática com a demografia. Temos
uma bomba relógio prestes a explodir nas nossas mãos e continuamos a assobiar
para o lado na esperança que o contador pare no último segundo. Mas isso, ao
contrário dos filmes, não vai acontecer. Sucederá, isso sim, o desaparecimento
da esmagadora maioria dos concelhos do interior e o encerramento das lindas
escolas e “centros educativos” em que agora andamos a esturrar o dinheiro dos eleitores
contribuintes portugueses e europeus.
Ainda hoje deu na tv uma reportagem sobre uma autarquia no interior (não me lembro do nome) que está a dar incentivos - cheques na farmácia e vacinas grátis - como forma de estimular a natalidade. Receio não chegar mas é louvável e compreende-se a apreensão com o futuro. Não está fácil...
ResponderEliminarRealmente é assustador e tão triste e falas em autarcas, tirando dois ou três o resto é uma cambada de sorvedouro de dinheiros públicos...e a gente paga!
ResponderEliminarAté aqui vinham para as grandes cidades...mas era perto...e agora é para fora do país...tal anos 60/70!
Cruzes, canhoto! salve seja
ResponderEliminarkis :=)