sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Agricultura da crise




Embora sempre tivesse desconfiado que se tratava de um modo de vida que, mais tarde ou mais cedo, se revelaria insustentável fui, confesso, daqueles que cheguei a acreditar que não valia a pena produzir. Outros o fariam por nós. A nossa parte no processo limitar-se-ia ao acto de comprar a um preço mais ou menos em conta. Tão em conta que não justificava que nos déssemos ao trabalho de sujar as mãos. E se, contra as expectativas, o preço não fosse assim tão em conta, lá estaria a banca e o seu crédito rápido, fácil e barato para nos ajudar. O pior é que o mundo mudou e a insustentabilidade desta estranha forma de vida chegou muito mais cedo do que as minhas piores desconfianças.
Se no ano passado a agricultura da crise se limitou ao pequeno logradouro a que ouso chamar quintal, este ano a actividade agrícola estendeu-se, também, à courela da família. Enquanto no primeiro as favas da crise apresentam já este aspecto todo janota, na propriedade foi, por estes dias, tempo de semear. Alhos e ervilhas, foram ontem e hoje lançados à terra. A juntar às couves e nabiças que por lá vão medrando. E aos marmelos. Mas esses são de geração espontânea.

3 comentários:

  1. Com estas é que me tramas porque sou uma sem terra. No pequenino quintal da filha tudo que é semeado (que nem dará para a cova de um dente), começa a crescer...já tinha imagina tu 5 alfaces tão nitas...juntaram-se os netos a correria com o cão foi de tal ordem...pois claro ali era um ponto de passagem e lá se foram as minhas 5 alfacinhas, sim já estavam rijas mas crescer hehehehehehe

    Aqui na minha casa só se for na banheira:)

    Que tenhas /tenham muita sorte porque é de facto uma mais valia!

    Força!

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  2. Fatyly

    Pois. A sementeira já está feita, a colheita é que vamos ver-...

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  3. A minha avó e as minhas tias são auto-subsistentes no que diz respeito aos alimentos que vêm da terra. Se eu percebesse alguma coisa da lavoura, estaria safo. Ainda vou a tempo, pois o futuro poderá muito bem passar pela agricultura... como noutros tempos, para não passarmos fome.

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