A receita mágica da esmagadora maioria dos
economistas para combater o défice das contas públicas tem sido, desde há um
ror de anos, o corte de salários e daquilo a que chamam regalias dos
funcionários públicos. Os sucessivos governos têm seguido essa linha, até
porque é simpática para a generalidade da opinião pública, e os resultados são
os que estão à vista. Que, diga-se, em pouco diferem daquilo que há mais de
seis anos – desde que existe o Kruzes – não me tenho cansado de prever. E que,
aliás, não revela qualquer espécie de genialidade da minha parte. Apenas os
tolos – e os apaniguados de serviço ao regime, o que é quase a mesma coisa –
não percebem que o caminho seguido nos conduzirá a uma tragédia de proporções
épicas.
Tal como muitos outros, aufiro hoje, em termos líquidos,
um rendimento mensal bastante inferior àquele de que dispunha em 2002. É a
consequência do congelamento salarial, aumento de impostos e diminuição ou
supressão de prestações sociais. Ainda assim não consta que o défice do Estado
e a divida pública tenham baixado. Nem sequer em valor igual aos escassíssimos milhares
de euros que deixei de receber. Antes pelo contrário. Significa, portanto, que
o Estado gastou o meu dinheiro mal gasto. É, para além de ladrão, incompetente.
Tanto como aqueles que defendem que esta politica é indispensável. Embora estes
últimos sejam também parvos.
Nota - Imagem de autor desconhecido retidada da internet
O problema é mesmo esse. Economistas para quê? Há muito que defendo que o que precisamos mesmo é de bons gestores. Os economistas são excelentes a analisar o passado, mas péssimos a prever o futuro. Portanto perfeitamente descartáveis na situação actual.
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