sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A bem da nação, dizem eles.

Aos poucos estamos a ser preparados para perder definitivamente os subsídios de férias e de Natal. O saque começou pelos funcionários públicos mas de certeza que não tardará a ser seguido pela generalidade dos patrões. E nem vale a pena termos a ilusão de que o seu valor será distribuído pelos doze meses do ano. Tal, a acontecer, representará na melhor das hipóteses uma ínfima parte do montante que até agora temos vindo a receber.
Perante um cenário desta natureza nem sei como classificar alguns apelos, feitos por governantes e analistas do regime, à união e patriotismo dos portugueses para que, com o contributo de todos, ultrapassemos este momento difícil. Isto ou coisa parecida que pretende dizer mais ou menos o mesmo. É, convenhamos, preciso ser possuidor de uma distintíssima lata para vir com esta conversa fiada. Principalmente vinda da parte de quem cria divisões desnecessárias – e até perigosas – entre os cidadãos.
Não tenciono fazer greves nem andar por aí a partir montras ou a apedrejar policias. Mas, excepto quanto ao confisco que me fazem a parte significativa do meu vencimento, não contem comigo para ajudar seja no que for. Tudo, mas mesmo tudo, farei para recuperar aquilo de que me esbulham. Seja a contornar o saque fiscal ou a comprar na economia paralela ou ali do outro lado da fronteira. Para o peditório do Estado ladrão só dou o que de todo não puder evitar. Que é como quem diz, o que a ladroagem me rouba.

5 comentários:

  1. Os cidadãos que fazem essa divisão, além de portugueses, são parolos e estúpidos...e disso não falta na nossa sociedade.

    Não tenho como fugir mas se vivesse perto de Espanha...Portugal não veria um euro meu no que agora gasto cá, pois iria lá e sem qualquer problema e muito menos com o "velho patriotismo" apregoado pelos actuais políticos.

    Que tristeza de país!

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  2. Sejamos francos, trabalhar 11 meses e receber 14 não faz lá muito sentido. O que teremos de condenar, na realidade, é a forma como esse ajustamento vai acontecer, pois aposto que os tipos não vão dividir os 14 meses por 12, mas ficarem-se mesmo pelo valor mensal actual. Enfim, é a chico-espertice política lusitana no seu pior...

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  3. Como prometer uma coisa e fazer exactamente o contrário. Não, não falo de JS, mas sim de PPC. Ora veja:http://aventar.eu/2011/10/13/pedro-passos-coelho-best-of-2010-2011/

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  4. Não contarão com a minha complacência, mas vou ser bem mais activo que tu!!
    Desta vez vou para a rua...

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  5. “Império da má sorte”

    Temos nossa alma à venda
    Grandeza do ser português
    Esta é mais uma contenda
    Pode bem ser a última vez

    Tinhamos por cá muito ouro
    Com o diabo nos pormenores
    Manchado de sangue o tesouro
    Vil acordo entre os mentores

    Esvaiu-se em guerras o sangue
    Em extermínios e em lutas vãs
    Sobra riqueza com cheiro a morte

    Que não tornou o império grande
    Não há paz nem consciências sãs
    Nem justificação pr’á nossa sorte.

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